Revolta em 2100 – Robert A. Heinlein

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Robert A. Heinlein, um dos mais célebres autores norte-americanos de Ficção-Científica, volta à Colecção Argonauta com um dos seus mais célebres romances. Revolta em 2100 revela, mais uma vez, a imaginação prodigiosa deste consagrado escritor, e o seu forte e surpreendente poder de efabulação e, ao mesmo tempo, a agilidade com que estrutura fortemente as suas narrativas, conferindo-lhes todos os pormenores indispensáveis à sua concatenação interna. É devido ao concurso destas qualidades que Robert A. Heinlein consegue impregnar os seus romances daquela atmosfera que invade o leitor e o persuade de que se encontra perante os factos como uma espécie de testemunha presencial. Em Revolta em 2100, Robert A. Heinlein conduz-nos a um mundo futuro e tumultuoso, em cujas coordenadas sopra a violência e impera a força da reinvindicação e de contestação. Narrativa impressionante, desenvolvida a um ritmo de alucinação que não exclui o comedimento, Revolta em 2100 introduz-nos no âmago de um conflito em que as paixões tumultuam e os ventos sopram com incontida energia. Altamente aclamado pela crítica e pelo público dos muitos países em que se encontra editado, Revolta em 2100 não tardou a tornar-se um best-seller, sucesso que vai certamente repetir-se em Portugal, onde o seu autor conta numeroso grupo de admiradores.

  ROBERT HEINLEIN   REVOLTA EM 2100     Tradução de MAVIA ZETTEL           © Street and Smith Publications, Inc. 1939, 1940 Título original: Revolt in 2100                 Para Stan e Sophia Mullen     ÍNDICE     O Homem e a Obra Se isto continuar Coventry O desajustado   ROBERT A. HEINLEIN O Homem e a obra   Ao leitor menos avisado poderá parecer um número secreto, cabalístico. Talvez seja. Porém trata-se de uma data deste mundo real: a do nascimento de um cavalheiro (na plena acepção da palavra) norte-americano, que recebeu no registro civil o nome de Robert Anson Heinlein. Cresceu como qualquer outro menino, brincou igual aos outros e nunca foi um leitor apaixonado de ficção científica, como a maioria dos escritores do gênero. Na idade devida, entrou para a Academia Naval, formou-se e foi servir na Marinha, tendo se reformado devido a uma doença grave. No seu tempo de serviço, no entanto, distinguiu-se por habilidade na esgrima, chegando a ser campeão. Voltando à vida civil, casado e tendo, de ganhar a vida, dedicou-se a uma infinidade de atividades, inclusive a de corretor de imóveis. Foram tempos difíceis, pois o ganho nessas atividades, somado ao de inativo militar, dava estritamente para a sobrevivência do casal. Um dia, no período mais agudo de caixa baixa, leu numa revista popular o regulamento de um concurso de contos de ficção científica, prometendo um prêmio bastante razoável. Resolveu arriscar e obteve o primeiro prêmio. Sua reação revela uma descoberta interior: "Nunca pensei que fosse tão fácil". Era a sua vocação profissional que emergia. Passou a acumular, como uma rotina, prêmios em vários países, inclusive o mais cobiçado, o Hugo, quintuplicado, como se pode ver sobre a lareira de sua linda casa da Costa do Pacífico. Em 1964, sobreveio a crise de criação. Durante dez anos foi incapaz de escrever uma linha. Estava exausto. Na década de cinqüenta, no entanto, causou o maior rebu nos meios literários americanos com a publicação de Starship troopers, num instante de aguda crise política nos Estados Unidos, com a caça às bruxas e o macarthismo obscurantista. Foi acusado de fascista porque nesse romance a estrutura social do mundo exigia que o cidadão, para votar, tivesse servido nas forças armadas. Houve debates na televisão, os estudantes promoveram mesas-redondas e Mr. Heinlein, com sua firme tranqüilidade, disse: "Esse é um mundo futuro possível, como o é a Terra dominada por uma teocracia. Por quanto tempo não sei". Em 1974, Robert A. Heinlein (o esquecimento desse A. o deixa invariavelmente furioso) reapareceu em plena carga, com um romance admirável, Não temerei o mal, seguido de Time enough for love, do mesmo nível do seu clássico Um estranho numa terra estranha. O livro que agora vão ler é o segundo da série intitulada (não por Heinlein, mas pelos editores) HISTÓRIA DO FUTURO que, em seu conjunto, é sem dúvida a mais importante criação do autor de Columbus was a dope. SE ISTO CONTINUAR     1   Fazia frio na trincheira. Bati minhas mãos dormentes uma contra a outra, parando, de repente, com medo de perturbar o Profeta. Meu posto naquela noite era exatamente do lado de fora de seus aposentos pessoais — um posto obtido graças à minha exagerada preocupação em ser hábil e esperto ao montar guarda... mas agora não tinha a menor vontade de chamar atenção sobre a minha pessoa. Naquela época eu era jovem e não muito brilhante — um legado recentemente saído de West Point e um guarda nos Anjos do Senhor, a guarda pessoal do Profeta Encarnado. Ao nascer, minha mãe consagrou-me à Igreja e, aos dezoito, meu tio Absalão, um censor leigo sênior, pediu ao Conselho dos Anciãos minha designação para a Academia Militar. West Point agradou-me. Ah, juntei-me à eólica comum dos colegas de classe, a queixa quase ritualista comum a toda vida militar, mas, para dizer a verdade, gostei da rotina monástica — em pé às cinco, depois aulas e conferências sobre assuntos intermináveis da educação mili
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