Copyright © Jeff Lindsay, 2005
Todos os direitos reservados
Título original:Dearly Devoted Dexter
Revisão: Alessandra Miranda de Sá e Vivian Miwa Matsushita
Diagramação: S4 Editorial
Capa: Graziella Iacocca
Conversão em epub: {kolekto}
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Lindsay, Jeff
Querido e devotado Dexter / Jeff Lindsay ; – São Paulo : Editora Planeta do Brasil, 2009.
Título original: Dearly devoted Dexter
ISBN 978-85-422-0051-5
1. Ficção norte-americana I. Título.
09-07004
CDD-813
ÍNDICE PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO
1. Ficção : Literatura norte-americana 861
2010
Todos os direitos desta edição reservados à
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Para Tommie e Gus,
que, com certeza, já esperaram muito.
Agradecimentos
Nada seria nem remotamente possível sem Hilary.
Também gostaria de agradecer a Julio, aos Broccolis, a Deacon e Einstein, e, como sempre, a Bear, Pook e Tinky.
Além disso, sinto-me em débito com Jason Kaufman, pela mão firme e sábia com que me conduziu, e com Nick Ellison, que tem feito toda a diferença.
CAPÍTULO 1
LÁ ESTÁ ELA DE NOVO. A LUA, CHEIA, suspensa na noite tropical, cruzando um céu coagulado e clamando aos ouvidos trêmulos dessa querida voz que sussurra nas sombras, o Passageiro das Trevas, aninhado no assento de trás do Dodge K da alma hipotética de Dexter.
Essa lua maliciosa, esse Lúcifer loquaz, cujo clamor atravessa o céu vazio até o coração sombrio dos monstros da noite, chamando-os ao seu alegre playground. Quem ela chama, na verdade, é este monstro que está bem aqui, atrás do oleandro, malhado pela luz da lua que se filtra por entre as folhas, os sentidos alertas enquanto ele espera o momento certo de saltar das sombras. É Dexter no escuro, ouvindo os terríveis sussurros que se derramam, ofegantes, em meu esconderijo sombrio.
Meu querido lado obscuro me instiga a atacar – agora –, mergulhar meus caninos enluarados na carne vulnerável, ah, tão vulnerável!, do lado oposto da cerca. Mas ainda não é o momento, e então espero, vigiando minha vítima, que se esgueira, de olhos arregalados, sabendo que algo a observa, mas sem notar que estou aqui, a três passos da cerca. Poderia deslizar facilmente, como a lâmina que sou, e executar minha mágica, mas espero, pressentido, embora invisível.
Um longo minuto caminha na ponta dos pés até transformar-se em outro, e continuo esperando o momento certo; o salto, a mão estendida, o prazer gelado quando vejo o terror estampado no rosto de minha vítima...
Mas não. Alguma coisa não está certa.
Então é a vez de Dexter sentir o inquietante ferrão de olhos nas suas costas, o estremecimento de medo quando percebo, agora com certeza, que algo está me caçando. Algum outro caçador noturno está sentindo a salivação brotar enquanto me observa de algum lugar próximo – e esse pensamento não me agrada.
Como um leve trovão, a mão alegre surge do nada e, com uma velocidade cega, cai sobre mim, e então vislumbro os dentes brilhantes de meu vizinho de nove anos.
– Te peguei! Um, dois e três. Peguei o Dexter! – E, com a rapidez selvagem dos muito jovens, aparecem os outros, rindo e gritando, enquanto fico aqui, imóvel entre os arbustos, humilhado. Acabou. O pequeno Cody, de seis anos de idade, olha para mim, desapontado, como se Dexter, o Deus da Noite, tivesse destronado seu alto sacerdote. Astor, sua irmã de nove anos, junta-se à gritaria dos garotos, que voltam a se esgueirar na escuridão, em busca de novos e mais difíceis esconderijos, deixando-me sozinho com minha vergonha.
Dexter não conseguira chegar ao pique. E fora apanhado. Mais uma vez.
Você deve estar se perguntando como isso pôde acontecer. Como a caçada n