Quando Nietzsche Chorou – Irvin D. Yalom

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Este livro tem como pano de fundo o fermento intelectual da Viena do século XIX às vésperas do nascimento da psicanálise. Friedrich Nietzsche, o maior filósofo da Europa… Josef Breuer, um dos pais da psicanálise… um pacto secreto… um jovem médico interno de hospital chamado Sigmund Freud – esses elementos se combinam para criar a saga de um relacionamento imaginário entre um extraordinário paciente e um terapeuta talentoso. Na abertura deste romance, a inatingível Lou Salomé roga a Breuer que ajude a tratar o desespero suicida de Nietzsche mediante sua experimental terapia através da conversa. Ao aceitar relutante a tarefa, o eminente médico realiza uma grande descoberta – somente encarando seus próprios demônios internos poderá começar a ajudar seu paciente. Assim, dois homens brilhantes e enigmáticos mergulham nas profundezas de suas próprias obsessões românticas e descobrem o poder redentor da amizade.

ROMANCE DA OBSESSÃO Irvin D. Yalom Tradução de Ivo Korytowski Do original: When Nietzsche wapt Copyright (c) 1992 by Irvin D. Yalom Published by Basic Books, a division of HarperCoIlins Publishers, Inc. [Edição original: ISBN 0-06-097550-41 (c)1995, Ediouro S.A. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73. É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito, da editora. Capa Carol Sá Editoração Eletrônica DTPhoenix Editorial Projeto Gráfico Ediouro S.A. CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ Y17p Yalom, Irvin D., 1931- Quando Nietzsche chorou: romance da obsessão / Irvin D. Yalom; tradução de Ivo Korytowski. - Rio de Janeiro: Ediouro, 1995. Tradução de: When Nietzsche wept ISBN 85-00-92881-6 1. Ficção norte-americana, l. Título. 95-1009 CDD-813 CDU - 820(73)-3 BIBLIOTECA PÚBLICA DO PARANÁ NÃO DANIFIQUE ESTA ETIQUETA 95 96 97 98 99 87654321 30 166 261 Irvin D Quando Hietzsche chorou : romã nce da obsessão 813.5/Y19/SHE 130166261/95) EDIOURO S.A. (SUCESSORA DA EDITORA TECNOPRINT S.A.) SEDE: DEP.TO DE VENDAS E EXPEDIÇÃO RUA NOVA JERUSALÉM. 345 - RJ CORRESPONDÊNCIA: CAIXA POSTAL 1880 CEP 20001-970 - Rio DE JANEIRO - RJ TEL: (021) 260-6122 - FAX: (021) 280-2438 Ao círculo de antigos que me ajudaram no correr dos anos: Mortjay, Herb, Davíd, Helen,John, Mary, Saul, Catby, Larry, Carol, Rollo, Harvey, Rulhellen, Stina, Herant, Bea, Maríanne, Bob, Pat. À minha irmã,jEAN e à minha melhor amiga, MARlLfN. Alguns não conseguem afrouxar suas próprias cadeias e, não obstante, conseguem libertar seus amigos. Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro se tornar cinzas? - Assim falou Zaratustra CAPITULO 1 O CARRILHÃO DE SAN SALVATORE invadiu o devaneio de Josef Breuer. Puxou o pesado relógio de ouro do bolso do colete. Nove horas. Novamente, leu o pequeno cartão de borda prateada recebido no dia anterior. 21 de outubro de 1882 Doutor Breuer, Preciso vê-lo para um assunto da maior urgência. O futuro da filosofia alemã está em jogo. Encontre-me amanhã cedo às nove horas no Café Sorrento. Lou Salomé Um bilhete impertinente! Havia anos ninguém o abordava com tanta sem-cerimônia. Ele não conhecia nenhuma Lou Salomé. Nenhum remetente no envelope. Nenhuma forma de informar a essa pessoa que nove horas era inconveniente, que a Sra. Breuer não gostaria de tomar o café da manhã sozinha, que o Dr. Breuer estava de férias e que não estava interessado em "assuntos urgentes" - aliás, o Dr. Breuer viera a Veneza precisamente para se livrar de assuntos urgentes. Não obstante, lá estava ele no Café Sorrento às nove horas em ponto, esquadrinhando os rostos ao seu redor e se perguntando qual deles poderia ser a impertinente Lou Salomé. - Outro café, senhor? 10 Breuer anuiu com a cabeça para o garçom, um rapaz de treze ou quatorze anos e de cabelos pretos, lisos e úmidos, penteados para trás. Quanto tempo durara seu devaneio? Consultou novamente o relógio. Outros dez minutos de vida desperdiçados. E desperdiçados em quê? Como de hábito, devaneara sobre Bertha, a bela Bertha, sua paciente nos últimos dois anos. Estava recordando sua voz provocante: "Doutor Breuer, por que tem tanto medo de mim?" Lembrou suas palavras quando lhe dissera que deixaria de ser seu médico: "Aguardarei. Você sempre será o único homem em minha vida." Ele se censurou: "Pelo amor de Deus, pare! Pare de pensar! Abra os olhos! Veja! Deixe o mundo entrar!" Breuer ergueu sua xícara, inalando o aroma do saboroso café junto com profundas inspirações do frio ar veneziano do mês de outubro. Volveu a cabeça e olhou ao redor. As outras mesas do Café Sorrento estavam repletas de homens e mulheres que faziam o desjejum - na maioria, turistas, e quase todos de meia-idade. Muitos seguravam o jornal com uma das mãos e a xícara de ca
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