Nos últimos quinze anos, o temível Morgarath conseguiu reunir um enorme exército de criaturas implacáveis, os Wargals. Eles não temem nenhum inimigo e são controlados mentalmente pelo próprio Morgarath, o Senhor da Chuva e da Noite.
Pego de surpresa, o Reino de Araluen se vê diante de uma guerra. Enviado em uma perigosa missão para impedir o confronto, o jovem arqueiro Will parte acompanhado do grande amigo e espadachim Horace e do habilidoso Gillan. Os três guerreiros contarão também com a inusitada ajuda da misteriosa e bela criada Evanlyn Wheeler. Nessa jornada, Will colocará à prova todos os ensinamentos de coragem e aptidão transmitidos pelo seu mestre, o famoso arqueiro Halt.
Mas o que o jovem não imagina é que ficará frente a frente com o tenebroso Morgarath e que poderá ser o responsável por mudar o rumo da eminente batalha. Será mais um teste de coragem e determinação, em que Will terá de provar seu valor.
Ponte em Chamas – Rangers: Ordem dos Arqueiros – Vol. 2 – John Flanagan
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Flanagan, John
Rangers — Ordem dos Arqueiros: Ponte em Chamas/John Flanagan; [versão brasileira da editora] — São Paulo, SP: Editora Fundamento Educacional, 2009.
Título original: Rangers apprentice: The Burning Bridge I. Literatura infanto-juvenil I. Título.
07-8417
CDD-028. 5
Índices para catálogo sistemático:
l. Literatura infanto-juvenil 023. 5 2. Literatura juvenil 023.5
Halt e Wil estavam seguindo os Wargals por três dias.
As quatro criaturas grandes e selvagens, soldados do rebelde comandante Morgarath tinham sido vistas passando pelo Feudo Redmont em direção ao norte. Assim que a informação chegou aos ouvidos do arqueiro, ele saiu para interceptá-los, acompanhado de seu jovem aprendiz.
— De onde será que eles vieram, Halt? — Wil perguntou durante uma de suas curtas paradas para descanso. — O Desfiladeiro dos Três Passos já não está bem vigiado?
O Desfiladeiro dos Três Passos era o único acesso existente entre o reino de Araluen e as Montanhas da Chuva e da Noite, onde Morgarath mantinha seu quar-tel-general. Agora que o reino estava se preparando para a guerra com Morgarath, a companhia de infantaria e os arqueiros tinham sido enviados para reforçar a pequena guarnição permanente na estreita passagem até que o e-xército principal pudesse se reunir.
— Esse é o único lugar de onde eles podem vir em grande número — Halt concordou. — Mas um pequeno
grupo como esse poderia entrar no Reino pela barreira de penhascos.
O domínio de Morgarath era um inóspito planalto que se erguia nas montanhas sobre as fronteiras no sul do reino. Do Desfiladeiro dos Três Passos, no leste, saía uma linha de penhascos íngremes e escarpados, em direção ao oeste, formando a fronteira entre o planalto e Araluen. À
medida que avançavam para o sudoeste, os penhascos mergulhavam em outro obstáculo chamado fenda: uma abertura na terra que corria para o mar e separava o território de Morgarath do reino dos celtas.
Foram essas fortificações naturais que mantiveram Araluen e sua vizinha Céltica a salvo dos exércitos de Morgarath nos últimos dezesseis anos. Por outro lado, elas também protegeram o rebelde comandante das forças de Araluen.
— Pensei que fosse impossível passar por esses penhascos — Wil comentou.
— Nenhum lugar é realmente impossível de atravessar — Halt retrucou com um sorriso sombrio. —
Principalmente se você não der importância a quantas vidas vai perder tentando provar esse fato. Na minha opinião, eles usaram cordas e ganchos e esperaram uma noite sem luar e de mau tempo para conseguirem passar pelas patrulhas da fronteira.
Ele se levantou, mostrando que o descanso tinha chegado ao fim. Wil também se ergueu, e os dois foram até os cavalos. Halt grunhiu levemente quando montou na sela. O ferimento que tinha sofrido na batalha com os dois Kalkaras ainda o incomodava um pouco.
— Minha principal preocupação não é saber de onde eles vieram — ele continuou. — É saber para onde estão indo e o que pretendem.
Halt mal tinha acabado de falar quando ele e Will ouviram um grito vindo de algum ponto adiante deles, seguido por uma confusão de grunhidos e, finalmente, pelo choque de armas.
— E talvez a gente descubra isso bem depressa! —
concluiu.
Ele fez Abelard galopar, controlando-o com os joelhos enquanto as mãos, sem esforço, escolhiam uma flecha e a ajustavam à corda de seu enorme arco. Wil subiu na sela de Puxão com a ajuda das mãos e galopou atrás do mestre. Ele não conseguia imitar a habilidade de Halt para montar sem usar as mãos, pois precisava da mão direita para segurar as rédeas enquanto segurava o arco com a esquerda.
Eles estavam atravessando um bosque com po