Número Nove – quando John o liberta de sua cela, em O Poder dos Seis, ele é feroz, irresponsável e pronto para lutar. Mas, ser mantido em cativeiro, muda uma pessoa, mesmo de Lorien. Veja como Nove era antes de sua captura, e leia, à partir de seu ponto de vista, sua dramática fuga. Em Os Arquivos Perdidos: Os Legados do Número Nove, descubra a história por trás do Nove. Antes de conhecer John Smith, também conhecido como Número Quatro, antes de ser preso, Nove foi caçar os Morgadorianos em Chicago, junto com seu Cêpan, Sandor. O que aconteceu lá mudaria Nove para sempre…
Os Arquivos Perdidos: Os Legados do Número Nove – Os Legados de Lorien – Livro Complementar 2 – Pittacus Lore
Sobre o autor
Pittacus Lore é o Ancião a quem foi confiada a história dos nove lorienos. Passou os últimos doze anos na Terra, preparando-se para a guerra que decidirá o destino do planeta. Seu paradeiro é desconhecido.
Conheça os livros da série
OS LEGADOS DE LORIEN
Eu sou o Número Quatro
O poder dos seis
Os arquivos perdidos: Os Legados da Número Seis
Copyright © 2012 by Pittacus Lore
Todos os direitos reservados.
TÍTULO ORIGINAL
The Lost Files: Nine’s Legacy
CAPA
Julio Moreira
REVISÃO
Umberto Figueiredo
GERAÇÃO DE EPUB
Intrínseca
E-ISBN
978-85-8057-234-6
Edição digital: 2012
Todos os direitos desta edição reservados à
EDITORA INTRÍNSECA LTDA.
Rua Marquês de São Vicente, 99, 3º andar
22451-041 — Gávea
Rio de Janeiro — RJ
Tel./Fax: (21) 3206-7400
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CAPÍTULO
UM
Há regras para quem quer ficar escondido em lugares visíveis. A número 1, ou que Sandor repete com mais frequência, é: “Não seja burro.”
Estou prestes a quebrar essa regra tirando a calça.
A primavera é minha estação preferida em Chicago. O inverno é gelado e venta muito, o verão é quente e barulhento, a primavera é perfeita. A manhã de hoje está ensolarada, mas ainda persiste no ar um frio proibitivo, lembrança do inverno. O ar traz borrifos gelados do Lago Michigan, pinicando meu rosto e deixando úmido o chão sob meus tênis.
Todas as manhãs, corro os trinta quilômetros da trilha que margeia o lago, fazendo intervalos sempre que posso, não por precisar disso, mas para admirar a água meio cinzenta, meio azulada do Lago Michigan. Mesmo quando está frio, sempre penso em mergulhar e nadar até o outro lado.
Luto contra esse impulso da mesma forma que resisto à vontade de acompanhar o ritmo dos ciclistas que passam por mim com suas roupas de lycra cor de neon. Tenho que ir devagar. Há mais de dois milhões de pessoas nesta cidade e sou mais rápido que todas elas.
Mesmo assim, preciso correr.
Às vezes faço o percurso duas vezes para suar de verdade. Essa é outra das regras de Sandor para se esconder em lugares visíveis: sempre parecer mais fraco do que realmente sou. Nunca dar o meu máximo.
É bobagem reclamar. Estamos em Chicago há cinco anos graças às regras de Sandor. Cinco anos de paz e tranquilidade. Cinco anos desde que os mogadorianos encontraram nossa pista pela última vez.
Cinco anos de um tédio cada vez maior.
Assim, quando uma vibração de repente sacode o iPod preso em meu braço, sinto um nó no estômago. O aparelho não deve dar sinal a menos que haja algum problema por perto.
Levo apenas um momento para decidir como agir. Sei que é arriscado. Sei que vou contrariar tudo o que me disseram para fazer. Mas também sei que vale a pena correr o risco; sei que, às vezes, é preciso ignorar o treinamento. Corro para a lateral da pista, fingindo que estou com cãibras. Quando termino de me alongar, tiro a calça de corrida que tenho usado para me exercitar todos os dias desde que nos mudamos para Chicago e a enfio na mochila. Por baixo da calça estou com um short de corrida vermelho e branco, como o uniforme do St. Louis Cardinals – aqui em Chicago, as cores do inimigo.
Mas usar as cores dos Cards em território dos Cubs nem chega a ser uma preocupação, se comparada às três cicatrizes que tenho no tornozelo. Rivalidades do beisebol e vinganças interplanetárias são coisas que não dá para comparar.
As meias curtas e os tênis de corrida não escondem as cicatrizes. Qualquer um que se aproxime de mim pode vê-las, embora eu duvide que meus colegas de pista tenham o hábito de examinar os tornozelos dos outros. Só quem vai perceber é aquele corredor cuja atenção estou tentando atrair.
Quando volto ao exercício, meu coração está batendo mais depressa que de costume. Excitação. Há muito tempo não sinto nada parecido. Estou desrespeitando uma regra de Sandor, e isso é emocionante. Só espero que ele não esteja me observando pelas câmeras de seg
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