Os Arquivos Perdidos – Os Legados da Número Seis – Pittacus Lore

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Quando, no meio da batalha contra os mogadorianos, John Smith recebe a ajuda de uma loriena forte, poderosa, com vários Legados desenvolvidos e pronta para lutar, surge a pergunta: quem é essa Número Seis? Os arquivos perdidos: Os Legados da Número Seis mergulha em parte da vida de Seis e sua Cêpan, Katarina. Onde elas moraram, como treinavam, de que maneira ela obteve tantas informações a respeito dos mogs e o que aconteceu para que se tornasse tão independente e mordaz — característica que, ao mesmo tempo, fascina e assusta aqueles que a conhecem, inclusive John.

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Copyright © 2011 by Pittacus Lore Todos os direitos reservados. TÍTULO ORIGINAL The Lost Archives: Six’s Legacy CAPA Julio Moreira REVISÃO Lívia Salles REVISÃO DE EPUB Juliana Latini GERAÇÃO DE EPUB Intrínseca E-ISBN 978-85-8057-161-5 Edição digital: 2012 Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA INTRÍNSECA LTDA. Rua Marquês de São Vicente, 99, 3º andar 22451-041 — Gávea Rio de Janeiro — RJ Tel./Fax: (21) 3206-7400 www.intrinseca.com.br » » » »   » CAPÍTULO UM   KATARINA DIZ QUE há mais de um jeito de se esconder. Antes de virmos para o México, morávamos no subúrbio de Denver. Eu me chamava Sheila, um nome que odeio ainda mais do que o atual, Kelly. Moramos lá durante dois anos, e eu usava fivelas no cabelo e pulseiras cor-de-rosa de borracha, como todas as outras meninas do colégio. Dormi na casa de algumas delas, as garotas a quem eu chamava de “minhas amigas”. Frequentei a escola durante o ano letivo, e no verão fui para uma colônia de férias de natação na ACM. Gostava de minhas amigas e da vida que tínhamos lá, mas eu já me havia mudado tantas vezes com minha Cêpan, Katarina, que sabia que aquilo não seria permanente. Eu sabia que aquela não era minha vida de verdade. Minha vida de verdade acontecia no porão da casa em que vivíamos, onde Katarina e eu treinávamos técnicas de combate. Durante o dia, o espaço era uma sala comum de recreação, com um sofá grande e confortável, uma televisão em um canto e uma mesa de pingue-pongue em outro. À noite, era uma academia bem-equipada, com sacos de pancada, colchonetes, armas e até um cavalo com alças improvisado. Em público, Katarina fazia o papel de minha mãe, e dizia que o “marido” dela, meu “pai”, havia morrido em um acidente de automóvel quando eu era bebê. Nosso nome, nossa vida, nossa história, tudo era ficção, identidades atrás das quais Katarina e eu nos escondíamos. Mas eram identidades que nos permitiam viver em público. Agir normalmente. Misturar-se: essa era uma das maneiras de se esconder. Mas nós cometemos um deslize. Até hoje me lembro de nossa conversa durante a viagem de Denver ao México, destino que escolhemos simplesmente porque nunca tínhamos ido lá, nós duas tentando entender como exatamente havíamos arruinado nosso disfarce. Alguma coisa que eu havia falado para minha amiga Eliza contradizia algo que Katarina contara à mãe de Eliza. Antes de Denver, tínhamos morado em Nova Scotia durante um inverno muito, muito rigoroso, mas pelo que me lembrava de nossa “história”, a mentira que havíamos combinado contar era que tínhamos morado em Boston antes de Denver. Katarina tinha outra lembrança, e disse que havíamos morado em Tallahassee. Depois Eliza contou à mãe, e as pessoas começaram a suspeitar de nós. Não foi uma exposição calamitosa. Não tivemos qualquer motivo evidente para acreditar que nosso erro levantaria suspeitas que pudessem atrair a atenção dos mogadorianos. Mas nossa vida tinha ficado complicada em Denver, e Katarina decidiu que já havíamos ficado lá por tempo demais. Então, nós nos mudamos novamente.     O sol é claro e forte em Puerto Blanco, e o ar é terrivelmente seco. Katarina e eu não tentamos nos misturar aos outros moradores, famílias de agricultores mexicanos. Nosso único contato regular com o povo local é a visita semanal que fazemos à cidade para comprar produtos de primeira necessidade no pequeno armazém. Somos as únicas brancas em um raio de muitos quilômetros, e, apesar de falarmos espanhol bem, não há como sermos confundidas com os nativos. Para nossos vizinhos, somos as gringas, brancas, esquisitas e reclusas. — Às vezes é possível se esconder com a mesma eficiência se sobressaindo — diz Katarina. Ela parece ter razão. Estamos aqui há quase um ano e não fomos incomodadas nem uma vez. Levamos uma vida solitária mas ordenada em uma cabana térrea ampla, montada entre dois terrenos grandes de terra cultivada. Acordamos com o sol, e antes mesmo de comer ou tomar banho Katarina me man
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