O Terror – Arthur Machen

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O romance O Terror, escolhido para apresentar o autor, foi publicado em 1917; ambientado numa região afastada do oeste de Gales durante a Primeira Guerra Mundial, consegue uma perfeita simbiose de fantasia e realidade, lenda e cotidianeidade. Acontecimentos inexplicáveis de terrível violência, o poder contagioso das forças obscuras do mal e um clima de alarmismo bélico se fundem numa obscura e enigmática trama, suscetível das mais diversas conjecturas e interpretações. Ornamentos em Jade, O Grande Deus Pã e Chancela Negra encerram o volume, é um conjunto surpreendente de narrativas praticamente desconhecidas do leitor inglês contemporâneo. Editadas em 1927, nunca foram reimpressas, dado curioso para quem as ler, agora, em português.

  Arthur Machen O TERROR seguido de ORNAMENTOS EM JADE O GRANDE DEUS PÃ CHANCELA NEGRA   TRADUÇÃO E POSFÁCIO José Antonio Arantes – O Terror, Ornamentos em Jade José Manuel Lopes – O Grande Deus Pã   ÍNDICE     PREFÁCIO O TERROR ORNAMENTOS EM JADE O GRANDE DEUS PÃ A NOVELA DA CHANCELA NEGRA A DEMANDA DO MISTÉRIO FONTES CONSULTADAS         PREFÁCIO   1. Algumas notas biográficas Arthur Machen, cujo nome de batismo era Arthur Llewelyn Jones (1863-1947), sendo Machen o apelido de solteira de sua mãe, é um escritor galês que atingiu o auge da sua carreira no mundo anglófono, na última década do século XIX, com a publicação de uma série de contos que poderíamos inserir no Fantástico Vitoriano. Nestes contos ou novelas, que se apresentam na maior parte das vezes como romances condensados, vários elementos se cruzam, capazes de revelarem o seu interesse pelas tradições celtas, pela colonização romana da Inglaterra e do País de Gales, bem como por uma complexa tradição de contos orais, em especial da sua região, mas de matriz profundamente europeia. De facto, a sua estréia literária data de 1881, com a publicação de Eleusinia, um longo poema sobre os Mistérios de Eleusis. Já residente em Londres, Machen torna-se um conhecido tradutor para inglês de certos marcos da literatura francesa, como o Heptameron de Margarida de Navarra, e as famosas Mémoires de Casanova, a ponto de essas mesmas traduções virem a adquirir, durante largos anos, um estatuto de «traduções consagradas» não muito diferente das traduções de Baudelaire, para francês, dos contos de Edgar Allan Poe. Todavia, foi na década de 1890, com a publicação de «O Grande Deus Pã» numa reconhecida editora londrina, que ele se tornou mais conhecido como um «escritor decadentista» e uma voz bem emblemática da sua época. Esta novela, de chocante conteúdo mórbido e sexual, em breve conheceu uma segunda edição e obteve uma grande popularidade. Efectivamente, é nesta mesma década que ele publica os outros contos/novelas que incluímos no presente volume: «A Luz mais Interior» em 1894, «A Novela da Chancela Negra» em 1885, bem como uma primeira versão do famoso «O Povo Branco», cuja presente tradução se baseia no texto revisto pelo autor, em 1904. O alvor do século XX é-lhe marcado pela morte da sua primeira mulher, que morre de cancro em 1899, após um longo período de sofrimento. Um ano mais tarde, Machen ingressa na já lendária Ordem Hermética da Aurora Dourada, continuando a publicar outros contos que poderíamos inserir no mesmo gênero. O ponto de viragem dá-se talvez já durante a Primeira Guerra Mundial, em que Machen, como jornalista a tempo inteiro, adopta uma atitude mais realista, ainda que o seu conto «O Terror», publicado em 1917, tenha elementos fantásticos. Curiosamente, trata-se do conto por detrás do filme Os Pássaros de Alfred Hitchcock, a ser publicado como parte de um segundo volume nesta mesma coleção. Se bem que nos anos 20 ele tenha publicado alguns romances e uma primeira autobiografia, Far Off Things (1922), os gostos literários já tinham claramente mudado e o Fantástico Vitoriano já não usufruía de um mesmo público, especialmente quando a ficção inglesa começava a atingir o mais alto ponto do seu Modernismo e Virginia Woolf se tornara um modelo de escrita. Assim, por volta do final da década, as reedições das suas obras começam a rarear e Machen entra numa crise financeira da qual apenas conseguiu sair em 1943, aquando do seu octogésimo aniversário, em que um grupo de escritores amigos, entre eles T. S. Eliot, se juntou para o homenagear e proceder a uma campanha de angariação de fundos que lhe veio a permitir um final de vida confortável. 2. Traduzir Machen Nos textos deste autor, por estranho que nos possa parecer, lemos, quase em simultâneo, não apenas uma única narrativa mas várias. É como se diante de nós se revelasse uma série de planos, nunca inteiramente transparentes mas translúcidos. Ficamos de facto presos, como leitores, a uma suces
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