Kelsey Hayes nunca imaginou que seus 18 anos lhe reservassem experiências tão loucas. Além de lutar contra macacos d’água imortais e se embrenhar pelas selvas indianas, ela se apaixonou por Ren, um príncipe indiano amaldiçoado que já viveu 300 anos. Agora que ameaças terríveis obrigam Kelsey a encarar uma nova busca – dessa vez com Kishan, o irmão bad boy de Ren –, a dupla improvável começa a questionar seu destino. A vida de Ren está por um fio, assim como a verdade no coração de Kelsey. Em O Resgate do Tigre, a aguardada sequência de A Maldição do Tigre, os três personagens dão mais um passo para quebrar a antiga profecia que os une. Com o dobro de ação, aventura e romance, este livro oferece a seus leitores uma experiência arrebatadora da primeira à última página.
O Resgate do Tigre – A Saga do Tigre – Livro 2 – Colleen Houck
COLLEEN HOUCK
O RESGATE DO TIGRE
LIVRO DOIS
2012
Para meu marido, Brad -
prova de que de fato existem caras assim por aí.
O tear do tempo
Autor desconhecido
A vida do homem é urdida no tear do tempo
Em um padrão que ele nem mesmo vê,
Enquanto os tecelões trabalham e as lançadeiras
Voam até a aurora da eternidade.
Algumas lançadeiras sustentam fios de prata
Enquanto em outras deslizam fios de ouro,
Embora muitas vezes os matizes mais escuros
Sejam tudo o que se possa ver.
Mas os tecelões observam com olho hábil
Cada lançadeira correr de cá para lá,
E vêem o padrão surgir tão destramente
No movimento lento e certo do tear.
É Deus decerto quem planeja a trama:
Cada fio, o escuro e o claro,
É escolhido por Sua habilidade mestra
E colocado na urdidura com esmero.
Ele, que só lhes conhece a beleza,
Guia as lançadeiras em que passam
Tanto os fios menos atraentes
Como os do mais puro ouro.
Só quando cada tear houver silenciado
E a lançadeira deixar de deslizar,
Deus irá revelar a trama
E a cada um explicar o porquê
De os fios escuros serem necessários
Na hábil mão do tecelão
Tanto quanto os de ouro e prata
Para a trama que Ele planejou.
PRÓLOGO
De Volta para casa
Agarrei-me ao assento de couro e senti o coração disparar enquanto o avião particular ganhava o céu, afastando-se da Índia. Tinha certeza de que, se soltasse o cinto de segurança, atravessaria o piso e mergulharia numa queda livre em direção às selvas lá embaixo. Somente assim eu me sentiria inteira novamente. Eu havia deixado meu coração na Índia e podia sentir sua ausência em meu peito. Tudo o que restava de mim era uma casca vazia, entorpecida e sem sentido.
A pior parte era que... eu tinha feito isso a mim mesma.
Como pude me apaixonar? E por alguém tão... complicado?
Os últimos meses tinham voado. Não sei como, de um trabalho no circo, eu partira numa viagem para a Índia com um tigre - que vinha a ser um príncipe indiano - e travara batalhas contra criaturas imortais, tentando juntar os pedaços de uma profecia perdida. Agora minha aventura havia chegado ao fim e eu estava sozinha.
Era difícil acreditar que apenas alguns minutos antes eu tinha dito adeus ao Sr. Kadam. Ele não falara muita coisa. Havia se limitado a dar tapinhas em minhas costas enquanto eu o abraçava com força, sem querer soltá-lo. Por fim, o Sr. Kadam se libertara dos meus braços, murmurara algumas palavras na tentativa de me tranqüilizar e me entregara aos cuidados de sua tatatatatataraneta, Nilima.
Felizmente, no avião, Nilima me deixou sozinha. Eu não queria a companhia de ninguém. Ela me serviu o almoço, mas eu não conseguia nem pensar em comer. Sabia que estaria delicioso, porém tinha a sensação de estar andando perto de areia movediça. A qualquer segundo poderia ser sugada para um abismo de desespero. A última coisa que eu queria era comer. Sentia-me desgastada e inútil, como o embrulho amassado de um presente de Natal.
Nilima retirou a refeição e tentou me seduzir com minha bebida favorita - água bem gelada com limão mas eu a deixei na mesa. Fiquei olhando para o vidro sabe-se lá por quanto tempo, observando a água se condensar no exterior do copo, formando gotículas que escorriam lentamente e empoçavam em torno da base.
Tentei dormir, esquecer tudo por pelo menos algumas horas, mas aquela tranqüilidade estava fora do meu alcance. Pensamentos sobre meu tigre branco e a maldição secular que o aprisionava disparavam em minha mente enquanto eu examinava o espaço ao redor. Eu fitava o assento do Sr. Kadam vazio à minha frente, olhava pela janela ou observava uma luz piscando na parede. De vez em quando me voltava para minha mão, traçando com o dedo o lugar onde o desenho de hena feito por Phet já não era mais visível.
Nilima voltou trazendo um MP3 player com milhares de músicas. Várias eram de artistas indianos, mas a maior parte era de americanos. Rolei a tela em busca das canções de amor mais tristes, pus os fones nos ouvidos e apertei o