“Você adora salvar as pessoas, não é? Bem, aqui está a sua chance.” Mesmo sem entender o que sua amiga Karin quer dizer com isso, Nina atende seu pedido e vai até a estação ferroviária de Copenhague buscar uma mala no guarda-volumes. Dentro, encontra um menino de 3 anos nu e dopado, mas vivo.
Chocada, Nina mal tem tempo de pensar no que fazer, pois um brutamontes furioso aparece atrás do garoto. Será que ela está diante de um caso de tráfico de crianças? Sem saber se deve confiar na polícia, ela foge com o menino e vai à procura de Karin, a única que pode esclarecer aquele absurdo.
Quando descobre que a amiga foi brutalmente assassinada, Nina se dá conta de que sua vida está ameaçada e que o garoto também precisa ser salvo. Mas, para isso, é necessário descobrir quem ele é, de onde veio e por que está sendo caçado.
Neste primeiro livro da série da enfermeira Nina Borg, vendido para 27 países, as autoras Lene Kaaberbøl e Agnete Friis apresentam uma heroína que luta contra seus demônios e busca fazer justiça em meio à crueldade e à indiferença do mundo.
Título original: Drengen I Kufferten
Copyright © 2008 por Lene Kaaberbøl e Agnete Friis
Copyright da tradução © 2013 por Editora Arqueiro Ltda.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser
utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes
sem autorização por escrito dos editores.
tradução: Marcelo Mendes
preparo de originais: Gabriel Machado
revisão: Ana Lucia Machado, Luis Américo Costa e Magda Tebet
projeto gráfico e diagramação: Valéria Teixeira
capa: Christiano Menezes
produção digital: SBNigri Artes e Textos Ltda.
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.
K11m
Kaaberbøl, Lene
O menino da mala [recurso eletrônico] / Lene Kaaberbøl, Agnete Friis [tradução de Marcelo Mendes]; São Paulo: Arqueiro, 2013.
recurso digital
Tradução de: Drengen I kufferten
Formato: ePub
Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions
Modo de acesso: World Wide Web
ISBN 978-85-8041-184-3 (recurso eletrônico)
1. Ficção dinamarquesa. 2. Livros eletrônicos. I. Friis, Agnete. II. Mendes, Marcelo.III. Título.
13-01373
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CDU: 821.113.4
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Sobre as autoras
© Lisbeth Holten
AGNETE FRIIS é jornalista e escritora infantojuvenil. LENE KAABERBØL já publicou mais de trinta títulos e vendeu mais de dois milhões de livros como autora de fantasia, ganhando prêmios nacionais e internacionais.
EMPURRANDO A PORTA DE VIDRO com os quadris e arrastando a mala atrás de si, ela desceu a escada que levava ao estacionamento do subsolo. O suor escorria sob sua camiseta. O interior do prédio não estava muito mais fresco que as ruas abafadas, escaldadas pelo sol, e como se não bastasse o calor, o ambiente se empesteava com o cheiro pútrido de algum hambúrguer descartado numa lixeira qualquer.
Não havia elevadores. Depois de todo o esforço para transpor a escada com a mala pesada, ela enfim se deu conta de que não queria guardá-la no carro sem saber o que havia dentro. Escondeu-se atrás de algumas caçambas de lixo, fora do alcance das câmeras de segurança e do olhar dos curiosos. A mala não estava trancada a cadeado, apenas protegida por dois fechos metálicos e uma correia resistente. Mesmo com as mãos trêmulas – uma delas dormente por causa do peso carregado de tão longe –, ela conseguiu abri-la.
O susto foi tão grande que ela caiu para trás, batendo as costas contra o plástico duro de uma das caçambas. Dentro da mala havia um menino nu. Cabelos claros e finos, mais ou menos 3 anos de idade. Os joelhos se flexionavam contra o peito, como se alguém os tivesse dobrado à maneira de uma camisa. De outra forma não teriam conseguido acomodá-lo ali, ela supôs. Os olhos estavam fechados e a pele parecia ainda mais pálida sob a luz azulada das lâmpadas fluorescentes do teto. Foi preciso que o menino entreabrisse os lábios para que ela se desse conta de que ele ainda estava vivo.
AGOSTO
A CASA SE EMPOLEIRAVA À BEIRA de um penhasco com uma visão panorâmica da baía. Jan sabia muito bem que os habitantes locais se referiam a ela como “a Fortaleza”. Mas não era por isso que ele ficava melancólico sempre que olhava para aqueles muros brancos. Os moradores que pensassem o que bem entendessem; não eram eles que importavam.
Com linhas modernas e funcionais (projetadas por um arquiteto famoso, claro), a casa era uma releitura do estilo funkis dos suecos. Neofunkis, como dizia Anne, que à época da construção lhe havia mostrado fotos de outras casas no mesmo estilo para fazê-lo entender, pelo menos até certo ponto, o que era aquilo. Linhas retas, nenhuma decoração. A vista deveria falar por si própria através das janelas enormes que tragavam para os diversos cômodos toda a luz e beleza que vinham de fora. Assim ha