O Herdeiro Guerreiro – As Crônicas do Herdeiro – Vol. 1 – Cinda Williams Chima

Download O Herdeiro Guerreiro As Cronicas do Herdeiro Vol. 1 Cinda Williams Chima ePUB mobi pdf

Jack tinha 16 anos e, a não ser pela cicatriz no peito e o remédio que tomava todos os dias, era um garoto normal. Até que se esquece de tomar o remédio e logo descobre a verdade: Jack é um dos últimos guerreiros Weirlind, uma sociedade secreta que está em guerra pelo poder, e terá de lutar para se defender de seu destino.

Jack segurou com cuidado o punho da espada e a desembainhou, notando que o punho cabia em sua mão sem escorregar. A espada criou uma luz própria ao emergir, uma chama prateada que correu ao longo da lâmina. Tinha dois gumes, e o metal parecia ondulado de um jeito que indicava que havia sido dobrado e redobrado em reforço. Como Jack sabia disso, ele mesmo não saberia dizer. Após um século enterrada, não tinha nenhum traço de ferrugem. Parecia pronta pra ser usada. Will e Fitch, atraídos pela luz, olharam por cima do ombro de Jack.

– Sinistro – murmurou Fitch. – Não – disse Jack. – Não tem nada de sinistro.

Jack ergueu a arma em frente ao corpo com as duas mãos e soube que ela pertencia a ele, embora houvesse sido forjada muito antes de ele ter nascido. Era mais leve do que imaginara, mais leve do que seria de esperar, considerando-se o tamanho dela.

Sombra Assassina – sussurrou Jack, como se a arma falasse com ele.

E o poder na lâmina correu-lhe para as mãos e subiu-lhe pelos braços como se, de alguma maneira, a espada o estivesse segurando.

CINDA WILLIAMS CHIMA Traduzido por Claudia Santana Martins FAROL 2008 Para minha mãe, Carol Bryan Williams, que contava histórias. Agradecimentos: Minha sincera gratidão à minha agente, Michelle Wolf son, que fez toda a diferença; às minhas editoras, Arianne Lewin e Donna Bray, por acreditarem em mim; aos Hudson Writers (Deb Abood, Pam Daum, Cathy Fahey-Hunt, Anne Gallagher, Ellen Matthews, Marsha McGregor, James Robinson e Jane Sahr), pelo presente de que todo escritor necessita: críticas atentas e gentis; acima de tudo, obrigada a Rod, Eric e Keith, por terem entendido. Condado de Coalton, Ohio, Estados Unidos Junho de 1870 O cheiro de madeira queimada e rosas sempre o levava de volta ao menino que fora e que nunca mais seria. As Rosas vieram buscá-los em seu décimo verão. Naquele tempo, Lee era baixo e franzino, embora o pai sempre dissesse que as mãos e os pés grandes prometiam altura e ombros largos quando crescesse. Ele era o caçula, um pouco mimado, o único dos quatro filhos a demonstrar os sinais típicos de uma pedra de mago. Os pais queixavam-se de que ele levava dois dias para fazer o trabalho de um. Não era exatamente preguiçoso, mas bastante inábil. Fazia apenas duas semanas que haviam voltado, após um mês em fuga. Voltar fora um erro. Lee entendeu isso mais tarde, mas o pai era fazendeiro, e um fazendeiro não pode ficar longe dos campos por muito tempo durante o período de crescimento. Além do mais, os ataques anteriores das Rosas haviam sido esporádicos. Eles percorriam a cidade pelo rio, procuravam nas fazendas remotas e então desapareciam, às vezes por um ano inteiro. Os vizinhos os chamavam de bandidos, especulando que haviam sido soldados na recente Guerra da Rebelião. Apenas sete anos antes, o general confederado, John Morgan havia liderado um grupo de invasores por aquelas colinas do sul de Ohio. A família de Lee sabia que não era isso. Sabia o que esses invasores estavam procurando, e por quê. As Rosas seguiram as linhagens a oeste desde as cidades portuárias do leste. Caçavam os descendentes do Urso Prateado, recolhendo os que eram dotados para o Mercado. O irmão, Jamie, fora levado quando Lee ainda era um bebê, e a família vivia na Pensilvânia. Jamie era um encantador. Lee não se lembrava dele, na verdade, mas eles sempre acendiam uma vela de cera para Jamie nos dias santos. Lee estava feliz por estar em casa, de volta àquelas colinas verdes e arredondadas, feitas especialmente para os sonhadores. Naquele dia fatídico, havia saído de casa cedo para evitar que o mandassem fazer algum trabalho. Passara a manhã à margem do rio, o que lhe rendera uma porção de peixes-gatos que pretendia levar para a ceia. Ele caminhou calmamente pela estrada que levava para casa — apenas dois rastros deixados pela carroça, na verdade —, desviando-se sempre que algo lhe despertava o interesse. Ao chegar perto de casa, sentiu o cheiro forte de madeira queimando. Era estranho, pois era verão e as lareiras de pedra e aquecedores a lenha não eram usados desde abril. Talvez o pai estivesse limpando a terra ou queimando arbustos. Nesse caso, Lee deveria ter ficado em casa para ajudar. Pelo ângulo em que estava o sol, sabia que já era tarde para o almoço. A mãe devia estar subindo pelas paredes. Foi então que ele viu uma coluna escura de fumaça subir aos céus através da copa das árvores à sua frente. Pela localização, sabia que estava vindo do terreno da casa. Talvez a cozinha tivesse pegado fogo. Começou a correr, os peixes sacudindo desajeitadamente ao seu lado. Acabou descobrindo que era mesmo a cozinha, mais o celeiro e o galpão no jardim. Estava tudo em chamas, construções de madeira e palha fáceis de serem incendiadas, e metade
Rolar para cima