Não Temerei o Mal – Robert A. Heinlein

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“I Will Fear No Evil”, 1970. Também publicado pela Europa-América FC, nº 108/110 (Portugal), com o título de “Não Temerei Nenhum Mal”. A História é situada no século 21, apresentando a Terra devastada por uma guerra. O que menos importa no livro é o cenário, que serve apenas para apresentar o personagem Johann Sebastian Bach Smith, de 94 anos, o homem mais rico e poderoso do planeta, que está morrendo. Mas a ciência consegue fazer um transplante de cérebro, colocando-o no corpo de sua jovem secretária.

      ROBERT A. HEINLEIN   NÃO TEMEREI O MAL     Tradução de JOSÉ SANZ   Título original: I Will Fear no Evil COLEÇÃO ASTERÓIDE — 10 - Direção de JOSÉ SANZ RIO DE JANEIRO/1974 Copyright © 1970 by Robert A. Heinlein por acordo com seu agente literário Lurton Blassingame Todos os direitos reservados à LIVRARIA JOSÉ OLYMPIO EDITORA S.A. Rua Marquês de Olinda, 12 — Rio de Janeiro, GB — Brasil Todos os personagens desta obra são fictícios e qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência   FICHA CATALOGRÁFICA (Preparada pelo Centro de Catalogação-na-fonte do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, GB) Heinlein, Robert A., 1907– H83n  Não temerei o mal; tradução de José Sanz. Rio de Janeiro, J. Olympio, 1974. Do original em inglês:I will fear no evil. 1. Ficção científica estadunidense. I. Título. II. Série. 74-0276 CDD - 813.50876 CDU - 820(73)-31«19» SOBRE O AUTOR   ROBERT A. HEINLEIN nasceu no dia 7 de julho de 1907 em Butler, Missouri. É um 07-07-07, como gosta de dizer. Cursou a escola pública em Kansas City, no mesmo Estado, e formou-se pela Central High School, sempre nessa cidade, em 1924. Ingressou, então, na Academia Naval de Annapolis, de onde saiu em 1929 para servir em porta-aviões. Na Academia, foi campeão de esgrima. Em conseqüência de uma doença grave, foireformadoem1934. Começou a ler ficção científica em 1916, leitura que nunca abandonou. Reformado aos 27 anos e não aceitando uma vida vegetativa, entrou para a universidade na Califórnia, a fim de estudar matemática e física. A saúde obrigou-o a interromper os estudos. Nos anos seguintes, fez um pouco de tudo: política, negócios imobiliários, arquitetura e mineração,atividades que se refletem em suas obras. Sua primeira incursão na ficção científica como autor foi em 1939 e a partir daí não parou mais, com um intervalo de cinco anos entre 1965 e 1970. Tem 38 volumes publicados e é possuidor de quatro prêmios HUGO, outorgados em convenções mundiais de ficção científica.   Para REX E KATHLEEN   I   O QUARTO ERA ANTIQUADO, no estilo barroco de 1980, mas largo, comprido, alto e luxuoso. Janelas com vistas cuidadosamente simuladas situavam-se ao lado de uma cama automática de hospital. Esta parecia deslocada, mas era totalmente escondida por um magnífico biombo chinês. A quinze metros de distância, uma mesa de reuniões também não combinava com a decoração. Na cabeceira dessa mesa havia uma cadeira de rodas sustenta-vida. Dela saíam tubos e fios que iam até acama. Junto da cadeira de rodas, sentada numa estenomesa apinhada de microfones direcionais, máquina de escrever de comando oral, relógio-calendário, botões de campainha e outros acessórios habituais, estava uma moça. Era bela. Seu comportamento era o de uma perfeita secretária modesta, mas estava vestida de acordo com a exótica moda corrente: «Meio a Meio». Ombro, seio e braço direitos envoltos em malha azeviche; a perna esquerda coberta por um tecido escarlate; calcinha pregueada de ambas as cores; sandália preta do lado escarlate e vermelha no pé direito nu. Sua pele pintada seguia o mesmo modelo vermelho e preto. No outro lado da cadeira de rodas, via-se uma mulher idosa, usando a calça comprida e o avental convencionais das enfermeiras. Estava inteiramente absorvida por seus dials e o doente na cadeira. Sentados em torno da mesa, havia uns doze homens, a maioria usando roupa estilo espectador-esporte, preferida pelos antigos executivos. Aninhado na cadeira sustenta-vida estava um homem muito velho. A não ser pelos olhos inquietos, parecia um mau trabalho de embalsamamento. Não fora lançada mão de nenhuma espécie de cosmético para suavizar a realidade brutal da sua decrepitude. — Ghoul{1}  — estava dizendo calmamente para um homem sentado mais ou menos no centro da mesa. — Você é um ghoul nojento, Parky. Seu pai não lhe ensinou que é de boa educação esperar que um homem pare de espernear para, então, enterrá-lo? Ou nunca teve pai? Apague est
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