MINORITY REPORT – A NOVA LEI traz uma coletânea de contos de Philip K. Dick, mestre da ficção científica e criador de histórias cultuadas no meio literário e também nas telas, como Blade Runner: o caçador de andróides (baseado no romance Do androids dream of electric sheeps!) e Vingador do futuro (inspirado em Podemos recordar para você, por um preço razoável). O conto que dá nome ao livro, inspirou o cineasta Steven Spielberg a realizar o filme homônimo que chegou aos cinemas estrelado por Tom Cruise. Houve, ainda, outras adaptações de Dick, como Screamers – Gritos mortais e Impostor, sem mencionar a produção francesa Confissões de um doido, sobre a vida nos EUA da década de 1950, e inúmeros projetos que não saíram do papel. Um deles despertou
a atenção do ex-Beatle John Lennon.
Minority Report – Philip K. Dick
MINORITY REPORT
A NOVA LEI
PHILIP K. DICK
Título original: The Minority Report
Tradução: Ana Luiza Borges
Editora Record, 2ª ed., 2002
ISBN 85-01-06513-7
As histórias de Philip K. Dick foram transformadas em alguns dos maiores filmes de ficção científica de todos os tempos.
Em 2002, junta-se a Blade Runner — O caçador de andróides e O vingador do futuro, o primeiro clássico do gênero da nova década: Minority Report — A nova lei, dirigido por Steven Spielberg.
A historia deste mundo futurista onde não há crimes, pois eles são previstos antes de acontecer, e seus culpados presos antes de cometê-los, abre esta antologia com o melhor da produção deste que, para muitos,é o maior escritor de FC de todos os tempos. Neste livro, está, também, Podemos recordar para você, por um preço razoável, o conto em que se baseou O vingador do futuro, e outros igualmente geniais.
Dick, porem, não viveu para ver seu talento reconhecido.
Morreu pouco tempo antes da estréia de Blade Runner, que o transformou de imediato em um autor conhecido.
Depois de sua morte, porém, o interesse por seu trabalho aumentou e Dick tornou-se unanimidade no meio literário. Hoje, leva seu nome o mais importante prêmio de ficção científica do mundo, o Philip K. Dick Award, que vem revelando há anos novos talentos no gênero.
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Introdução
Minority Report — A nova lei é a terceira superprodução de Hollywood baseada em uma obra de Philip K. Dick, junto com Blade Runner —O caçador de andróides (baseada no romance Do Androids Dream of Electric Sheeps?) e O vingador do futuro (inspirada no conto longo Podemos recordar para você, por um preço razoável).
Houve, ainda, outras adaptações, como Screamers — Gritos mortais, com direção de Christian Dugway (baseada na novela A segunda variedade) e Impostor, de Gary Felder (baseada na história de mesmo nome). Sem mencionar a produção francesa Confissões de um doido, adaptada do romance sobre a vida nos EUA nos anos 50, Confessions of a Crap Artist. E nem se falou ainda nos projetos abortados. John Lennon interessou-se pelo romance The Three Stigmata of Palmer Eldrich (deu para perceber que Dick tinha um jeito muito particular com os títulos) e houve duas
tentativas de filmar A Scanner Darkly (primeiro com Terry Gillian na direção, agora com uma opção nas mãos de George Clooney e Steven Soderbergh).
Mas quando Dick morreu, há duas décadas, ainda muito novo, aos 54 anos de idade, seu trabalho era pouco conhecido fora de um pequeno círculo de admiradores apaixonados. Durante a maior parte de sua vida, ele foi relativamente pobre, às vezes quase miserável (em um artigo ele descreve, em seu estilo bem-humorado característico, como, durante uma época, ele e sua mulher sobreviviam comendo comida de cachorro), enquanto outros escritores americanos de ficção científica, como Isaac Asimov, Robert A. Heinlein e Frank Herbert, ficaram ricos, com grandes sucessos de vendas em todo o mundo. Apesar disso, esses três superastros só tiveram cada um uma grande produção baseada em seus trabalhos (respectivamente, O homem bicentenário, Tropas estelares e Duna — O mundo do futuro), um total que Dick sozinho conseguiu igualar.
Mas por que aconteceu isso? Por que o trabalho desse escritor praticamente sem dinheiro algum, cuja maioria dos livros eram edições de bolso baratas escritas em maratonas de algumas semanas movidas a anfetamina (no auge, escreveu seis por ano), atraiu tanta atenção?
Bem, a, primeira coisa a dizer é que, na opinião de muitos, se há um escritor de ficção científica que merece a definição de gênio, esse é Philip K. Dick. Ele não é um grande estilista literário, e às vezes a pressa com que escrevia fica evidente.
Mas uma torrente de invenção flui de seus livros e contos, acompanhada de alterações de percepção vertiginosas que são a marca registrada de seu trabalho.
Ele via o futuro de um jeito diferente dos outros escritores mais bem-sucedidos.
Enquanto eles optavam centrar suas histórias no c