Mulder e Scully investigam a abdução de animais de um zoológico que situa-se perto de um lugar de grande atividade ufológica.
Nesta história, Mulder e Scully estão às voltas com uma energia que torna os animais de um zoológico invisíveis, para depois abduzi-los. Para onde e com que fim? Para autopsiar uma elefanta, Scully tem de entrar dentro dela!
Terrível Simetria – Arquivo X Vol. 3 – Chris Carter
Arquivo X
Terrível Simetria
Capítulo 1
Ninguém está pagando para você ficar dançando aí, Roberto — disse Francisco Garcia
ao seu sobrinho. Falou em espanhol, tendo como fundo o ritmo latino do radiogravador de
Roberto. — Lembre-se de que Deus está vendo.
Francisco mostrou a câmera de televisão apontada na direção dos dois e instalada no
teto do edifício onde estavam trabalhando, o edifí-cio do Banco Mutual de Idaho, o maior
banco de Fairfield, Idaho. Esse prédio-sede tinha o pé-direito bem alto e pisos de mármore
brilhante. Francisco e Roberto eram os encarregados da limpeza daqueles pisos, trabalho que
eles faziam todas as noites.
Francisco tinha de admitir que gostava de ver Roberto ouvindo o rádio e dançando,
usando o esfregão como seu par. Os jovens, afinal de contas, tinham direito de se divertir,
mas, como tio de Roberto, era sua obrigação manter o rapaz na linha.
— Se você perder este emprego vai ter de voltar para a floresta em El Salvador —
advertiu Francisco.
Roberto respondeu com um sorriso. E deu mais um giro, acompanhando o ritmo
sensual. Aí desligou o rádio e voltou ao trabalho.
Satisfeito, Francisco atacou com uma escova e detergente uma mancha mais escura
que havia no chão.
Nesse momento, um barulho surdo encheu o ar.
O piso de mármore tremeu.
Francisco já tinha sentido tremores de terra em El Salvador e também ouvira os
barulhos surdos de guerra.
Mas agora estava em Idaho e lá não havia nem terremotos tampouco guerras. Era uma
terra de muita paz e abundância. Mas Francisco sabia Identificai O som de problemas quando
tinha chance de escutá-lo.
O barulho surdo repetiu-se, mais forte e mais perto.
O olhar de Francisco percorreu depressa toda a área do banco, em busca de um abrigo
seguro. O lugar ideal seria dentro do cofre, po-rém, as gigantescas portas de aço estavam
trancadas àquela hora. Talvez atrás do balcão...
Antes que ele pudesse se mover, a fachada de vidro temperado do prédio explodiu.
Instintivamente, Francisco fechou os olhos para protegê-los dos milhares de estilhaços que
voaram, como a chuva, para o lado de dentro. Sentiu uma pancada no rosto, depois, silêncio
total.
Lentamente ele deixou escapar o ar que ficara preso nos pulmões. Abriu os olhos e
tocou o rosto com a mão. Seus dedos brilharam com o sangue. Felizmente, a não ser pelo
corte no rosto, Francisco não sofre-ra qualquer ferimento. Olhou para o sobrinho e Roberto
tampouco sofrera coisa alguma, embora tremesse como vara verde. Dando-se conta de que
também estava tremendo, fez o sinal da cruz.
Francisco ouviu de novo o mesmo ruído surdo, só que agora estava mais distante,
estava se afastando.
Com todo o cuidado ele foi na frente, por entre os milhares de fragmentos de vidro que
reluziam sobre o piso de mármore. Ele e o sobrinho chegaram ao buraco que tinha sido a
fachada do banco e olharam para fora.
— Mãe de Deus! Isto não pode estar acontecendo... — exclamou Francisco.
Mas estava. Eles viram um carro na rua, amassado como se tivesse sido atingido por
uma gigantesca britadeira. E viram o abrigo de madeira de uma banca de jornais feito em
pedaços, que lembravam um montão de palitos de fósforo.
Mas não dava para ver o que tinha causado tanto estrago.
A força que arrebentara a fachada do banco, amassara o carro e destruíra a banca de
jornais era invisível.
Francisco e Roberto entreolharam-se. Cada um sabia o que o outro estava pensando.
Talvez não tivessem sido tão espertos indo para Idaho. Na sua terra, eles pelo menos
sabiam de onde vinha o perigo. Ali, repentina-mente sentiam-se como estranhos, deslocados e
estavam amedrontados.
Ray Hines não era um est