O que Realmente Aconteceu no Peru – As Crônicas de Bane Vol.1 – Cassandra Clare

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A vida do feiticeiro Magnus Bane é um dos maiores mistérios de Os Instrumentos Mortais e As Peças Infernais. Quem acompanha a saga dos Caçadores de Sombras, que chega aos cinemas em super produção da Sony, já caiu pelos encantos do imortal, que agora ganha sua própria série. Em As Crônicas de Bane, Cassandra Clare se une a Maureen Johnson e Sarah Rees Brennan para revelar, em dez histórias, o mistério de seu passado — ainda mais nebuloso que seu presente.

Foi um momento triste na vida de Magnus Bane aquele em que foi banido do Peru pelo Alto Conselho de feiticeiros peruanos. Não apenas porque os pôsteres com sua foto, distribuídos pelo Submundo do Peru, eram horrorosos, mas porque o país era um de seus lugares favoritos. Lá tinha vivido muitas aventuras, e guardava ótimas lembranças, a começar pela de 1791, quando convidou Ragnor Fell para uma animada viagem turística a Lima. 1791 Magnus acordou no hotel de beira de estrada nos arredores de Lima, e, após vestir um colete bordado, calções até o joelho e sapatos afivelados brilhantes, saiu em busca do café da manhã. Em vez disso, encontrou sua anfitriã, uma mulher roliça cujos longos cabelos estavam cobertos por uma mantilha preta, imersa em uma conversa profunda e séria com uma das camareiras a respeito de um recém-chegado ao hotel. — Acho que é um monstro marinho. — Ouviu a anfitriã sussurrar. — Ou um tritão. Será que conseguem sobreviver em terra firme? — Bom dia, senhoras — cumprimentou Magnus. — Parece que meu convidado chegou. Ambas as mulheres piscaram duas vezes. Magnus atribuiu a primeira piscada a seus trajes vívidos, e a segunda, mais lenta, ao que tinha acabado de dizer. Acenou alegremente e atravessou as amplas portas de madeira e o pátio até o salão comunal, onde encontrou o feiticeiro Ragnor Fell ao fundo, com uma caneca de chicha de molle. — Quero o mesmo que ele. — Magnus fez o pedido à servente. — Não, espere um pouco. Quero três do que ele está tomando. — Diga que quero o mesmo — disse Ragnor. — Só consegui esta bebida depois de muito apontar. Magnus assentiu e, quando se virou, viu que o velho amigo parecia o mesmo: pessimamente vestido, profundamente sombrio e com a pele muito esverdeada. Magnus costumava agradecer por sua marca de feiticeiro não ser tão óbvia. Às vezes, era inconveniente ter olhos verde-dourados e pupilas em fenda como de um gato, mas um simples feitiço de disfarce era capaz de esconder isso e, na pior das hipóteses, bem, havia muitas moças — e rapazes — que não se importavam. — Sem feitiço de disfarce? — perguntou Magnus. — Você disse que queria que eu o acompanhasse em viagens que seriam uma rodada incessante de orgias — disse Ragnor. Magnus sorriu. — Disse! — Então fez uma pausa. — Perdoe-me. Não entendi a ligação. — Descobri que tenho mais sorte com as mulheres quando estou em meu estado natural — revelou Ragnor. — Moças gostam de variedade. Havia uma mulher na corte de Luís, o Rei Sol, que dizia que ninguém se comparava a seu “querido repolhinho”. Ouvi dizer que é uma expressão carinhosa muito popular na França. Tudo graças a mim. Ele falava no mesmo tom taciturno de sempre. Quando as bebidas chegaram, Magnus as pegou. — Precisarei de todas elas. Por favor, traga mais para o meu amigo. — Havia também uma mulher que me chamava de sua doce ervilhinha de amor — prosseguiu Ragnor. Magnus deu um gole longo e restaurador, olhou para o sol lá fora e para as bebidas e se sentiu melhor em relação ao cenário. — Parabéns. E bem-vindo a Lima, Cidade dos Reis, minha doce ervilhinha. Depois do café, que consistiu em cinco drinques para Ragnor e 17 para Magnus, ele levou Ragnor em um tour por Lima, da fachada dourada, curva e entalhada no palácio do arcebispo às construções coloridas da praça, com as varandas elaboradas praticamente obrigatórias onde os espanhóis outrora executavam criminosos. — Pensei que seria agradável começar pela capital. Além disso, já estive aqui antes — declarou Magnus. — Há mais ou menos cinquenta anos. Foi muito agradável, exceto pelo terremoto que quase engoliu a cidade. — Você teve alguma coisa a ver com aquele terremoto? — Ragnor! — Magnus censurou o amigo. — Não pode me culpar por todos os desastres naturais que ocorrem! — Você não respondeu à pergunta — disse Ragnor, e suspirou. — Estou confiando que será... mais confiável e menos espontâneo do que normalmente — alertou, enquanto caminhavam. — Não falo a língua local. — Então não fala espanhol? — perguntou Magnus.
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