O Penúltimo Perigo – Desventuras em Série Vol. 12 – Lemony Snicket

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Quem, em prantos, seguiu as Desventuras em Série publicadas pela Companhia das Letras, vai chorar ainda mais com o 12º e último livro antes do último livro da terrível coleção de Lemony Snicket. Nele, os órfãos Baudelaire enfrentam o odioso Conde Olaf no Hotel Desenlace, onde os horrores se sucedem: uma vilã vestida de alface, gente furtiva perambulando no porão, um relógio sinistro, um açucareiro perdido, uma lavanderia com Cerramento Supravernacular Complexo, um tribunal vendado, pessoas nobres e pérfidas no mesmo barco e um final terrivelmente surpreendente. Porém, o que contém o açucareiro, e o que é C.S.C.? Só saberemos, talvez, num igualmente misterioso 13º volume.

Caro Leitor, Se este é o primeiro livro que você encontrou enquanto procurava o próximo livro para ler, então a primeira coisa que precisa saber é que este livro próximo-ao-último é o que você deve pôr de lado primeiro. Infelizmente, este livro apresenta a crônica próxima-à-última da vida dos órfãos Baudelaire, e é próxima-à-primeira em sua oferta de miséria, desespero e desprazeres. Provavelmente as coisas próximas-à-última a respeito das quais você gostaria de ler são um lançador de arpões, um salão de bronzeamento em uma cobertura, duas iniciais misteriosas, três trigêmeos não identificados, um notório vilão e um curry insípido. As coisas próximas-à-última são as primeiras a serem evitadas, portanto permita-me recomendar que você ponha este livro próximo-ao-último de lado primeiro, e encontre alguma outra coisa para ser a próxima a ler, para que este livro próximo-ao-último não se torne o último livro que você lerá. Respeitosamente, Lemony Snicket Desventuras em Série Livro duodécimo O PENÚLTIMO PERIGO de LEMONY SNICKET Ilustrações de Brett Helquist Tradução de Ricardo Gouveia Texto 2005 by Lemony Snicket Ilustrações 2005 by Brett Helquist Título original The Penultimate Peril Revisão: Cláudia Cantarin / Marise Simões Leal Para Beatrice — Ninguém conseguiu extinguir o fogo do meu amor, nem o da sua casa CAPÍTULO Um Já disseram que o mundo é uma lagoa calma, e que toda vez que alguém faz uma coisa, por mais ínfima que seja, é como se uma pedra caísse nessa lagoa e espalhasse círculos de ondulações cada vez mais distantes, até que o mundo inteiro ficasse alterado por uma minúscula ação. Se isso for verdade, então o livro que você está lendo agora poderia perfeitamente cair numa lagoa. As ondulações se espalhariam pela superfície da lagoa e o mundo mudaria para melhor, com uma história assustadora a menos para as pessoas lerem, e um segredo escondido a mais no fundo das águas, onde a maioria das pessoas jamais pensaria em procurar. A narrativa desventurada dos órfãos Baudelaire estaria segura nas profundezas das águas tenebrosas, e você seria mais feliz por não ler a história assustadora que escrevi, e em vez disso poderia olhar para a espuma ondulante que se ergue até o topo do mundo. Os próprios Baudelaire, viajando por entre as ruas tortuosas da cidade onde os órfãos outrora viveram, no assento traseiro de um táxi dirigido por uma mulher que mal conheciam, teriam ficado felizes em pular dentro de uma lagoa se soubessem que tipo de história teriam pela frente. Violet, Klaus e Sunny olhavam pelas janelas do carro, admirados ao ver quão pouco a cidade havia mudado desde que um incêndio destruíra seu lar, tirara a vida de seus pais, e criara ondulações na vida dos Baudelaire que provavelmente jamais se acalmariam. Quando o táxi dobrou uma esquina, Violet avistou o mercado onde ela e os irmãos compravam os ingredientes para preparar o jantar do conde Olaf, o notório vilão que se tornara tutor deles depois do sinistro. Mesmo tendo passado todo esse tempo — e Olaf sempre tentando, de um modo ou de outro, pôr as mãos na enorme fortuna que os pais dos Baudelaire haviam deixado —, o estabelecimento parecia igual ao que era quando a juíza Strauss, uma bondosa vizinha, magistrada da Corte Suprema, os levara lá. Elevando-se acima do mercado havia um enorme e lustroso edifício que Klaus reconheceu como o da Avenida Sombria 667, onde os Baudelaire passaram algum tempo sob os cuidados de Jerome e Esmé Squalor, em um enorme apartamento de cobertura. Ao Baudelaire do meio parecia que o edifício não mudara nem um pouquinho desde que os irmãos descobriram pela primeira vez a pérfida e romântica ligação de Esmé com o conde Olaf. E Sunny Baudelaire, que ainda era pequena o bastante para que a sua visão através da janela ficasse algo restrita, ouviu o estrépito de uma tampa de bueiro quando o táxi passou por cima dela, e lembrou-se de quando havia descoberto com os irmãos uma passagem subterrânea que, partindo do porão
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