Um suspense eletrizante onde qualquer movimento em falso pode ser fatal. Penélope Marin, ou simplesmente Lo, é uma adolescente um tanto incomum – ela sofre de transtorno obsessivo compulsivo, que ficou mais intenso depois da morte de seu irmão Oren. Além disso, Lo adora colecionar bibelôs, mesmo que tenha que roubá-los (Ela também tem traços de cleptomania). Num desses “resgates” – como ela mesma diz – Lo encontra uma bela borboleta, que pode ter colocado sua vida em perigo. Essa figura está ligada a um assassinato e Lo pode ser a única testemunha desse crime.
O Enigma da Borboleta – Kate Ellison
Ficha Técnica
Copyright © Kate Ellison, 2013
Todos os direitos reservados.
Tradução para a língua portuguesa © Texto Editores Ltda., 2012
Título original: The Butterfly Clues
Diretor editorial: Pascoal Soto
Editora executiva: Tainã Bispo
Editora assistente: Ana Carolina Gasonato
Produção editorial: Fernanda S. Ohosaku, Renata Alves e Maitê Zickuhr
Preparação de texto: Bruna Gomes Cordeiro
Revisão: Bete Abreu, Bel Ribeiro, Marcia Menin e Iraci Miyuki Kishi
Capa: FOU.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Ellison, Kate
O enigma da borboleta / Kate Ellison ; tradução Alice Klesck. -- São Paulo : Leya, 2013.
Título original: The butterfly clues.
ISBN 9788580446906
1. Ficção norte-americana I. Título.
12-08567 CDD-813.5
Índice para catálogo sistemático:
1. Ficção : Literatura norte-americana 813.5
Texto Editores Ltda.
[Uma editora do Grupo LeYa]
Rua Desembargador Paulo Passaláqua, 86
01248-010 – Pacaembu – São Paulo - SP
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Capítulo 8
MAL CONSIGO CHEGAR À BEIRADA DA VARANDA antes de vomitar por cima do corrimão branco de madeira. Bato no chão, tremendo, minha garganta ardendo, depois faço meu tap tap tap, banana e empurro a porta da frente, tirando o celular do bolso do casaco. Nove-um-um. Digo isso em voz alta, mais duas vezes, enquanto faço a ligação. Enquanto toca, ao longo dos pesados segundos de espera: nove-um-um; nove-um-um.
Clique. Surge uma voz baixa de homem:
— Nove-um-um. Qual é a sua emergência?
As palavras crepitam pra fora da minha garganta, em estilhaços engasgados.
— Eu... alguém. Alguém... — soluço, tentando fazer que as palavras saiam claras — matou um gato. Tem um... tem um gato morto na minha varanda.
Um suspiro do outro lado da linha. Murmúrio.
— Um gato morto, senhorita? E onde você está localizada?
— Lakewood. Minha varanda... está na minha varanda, aqui. Lakewood.
Há uma pausa.
— Deixe-me entender corretamente. Um gato morreu em sua varanda? Em algum lugar em Lakewood? Creio que isso possa ser um assunto para a Sociedade Protetora...
— Não! — grito, borbulhando de ódio. — Um gato foi morto em minha varanda. Ele não morreu. Ele foi morto. Havia um bilhete...
O atendente me corta.
— Tudo bem, acalme-se, senhorita. Isso me parece algum tipo de trote. Está tendo um conflito com alguém? Talvez um ex-namorado ou um...
Desligo.
Aperto o botão de desligar novamente. E mais uma vez. Para completar três. Da janela, dou uma olhada para o gato e quase vomito, mas não antes de ir até a cozinha e pegar um saco plástico embaixo da pia. Minha mente está num rodopio interminável. O gato subiu no telhado, penso. Olha o que a curiosidade fez. Embaixo da pia está uma confusão completa, terrível. Faço meu tap tap tap, banana e volto à varanda. Com o saco, embrulho o gato morto, fazendo uma careta, e cuidadosamente deixo seu corpo deslizar pra dentro; depois, coloco o amontoado num canto escuro do quintal, perto de uma árvore. Vou enterrá-lo mais tarde, no quintal dos fundos. Minhas mãos estão tremendo violentamente, meu estômago ainda está revirando. Faço meu tap tap tap, banana, volto pra dentro e arrumo os produtos de limpeza embaixo da pia por ordem de cor e altura, separando em três grupos de três e colocando as duas garrafas adicionais — gordas, pesadas e de um branco opaco — num armário diferente, porque não combinam, e não suporto vê-las ao lado das outras, de frascos estreitos e transparentes, que combinam.
Ainda estou trêmula, com a mente nebulosa, então vou me arrastando até meu quarto e descolo os doze relógios em bronze da parede oposta, inspirando e expirando, em tempos de seis segundos. Pego o primeiro relógio, de algarismos romanos (totalizam nove, três com números comuns), salvo de uma lojinha de bugigangas de Baltimore, e seguro junto ao peito para sentir nossos corações batendo em sincronia, como gêmeos.
Seis segundos inalando, seis exalando — não há mais escolha. Não vá errar. Se eu errar, mesmo que por