Steve Berry definitivamente cativou o coração, a curiosidade e a argúcia do publico leitor em nosso país. Este novo e empolgante thriller histórico vem brindar os fãs do autor, que insistentemente escrevem à editora para cobrar novos sucessos de Berry. Fundada no século III a.C., a Biblioteca de Alexandria foi o maior acervo de conhecimento da Antiguidade. Mas há 1.500 anos, ela simplesmente desapareceu, sem deixar qualquer vestígio. O ex-agente Cotton Malone se vê no cerne desse grande mistério quando sua livraria é incendiada e seu filho, seqüestrado. Ao que parece, Malone é a única pessoa a ter conhecimento do “Elo de Alexandria”, a chave para a biblioteca desaparecida.
O Elo de Alexandria – Steve Berry
STEVE BERRY
O ELO DE ALEXANDRIA
Tradução de ALVES CALADO
EDITORA RECORD
2008
Para Katie e Kevin
Dois meteoros que retornaram à minha órbita
AGRADECIMENTOS
Os escritores deveriam ter cuidado com a palavra "eu". Um livro é um esforço de equipe, e a equipe da qual tenho o privilégio de fazer parte é realmente uma maravilha. Assim, pela quinta vez, muitos agradecimentos. Primeiro, Pam Ahearn, minha agente, que enfrentou uma tempestade chamada Katrina, mas sobreviveu. Em seguida, o pessoal maravilhoso da Random House: Gina Centrello, editora extraordinária e dama extremamente charmosa; Mark Tavani, meu editor, agora um homem que continua muito mais sábio do que a idade faz aparentar; Cindy Murray, que se supera cada vez mais com a publicidade; Kim Hovey, cujas habilidades de marketing estão além de qualquer descrição; Beck Stvan, o talentoso artista com olhar fantástico para capas; Laura Jorstad, que de novo fez copidesque com precisão; Carole Lowenstein, que sempre torna as páginas fáceis para os olhos; e finalmente todo o pessoal de promoção e vendas - absolutamente nada poderia ser alcançado sem que eles tivessem dado o máximo de si mesmos. Outro indivíduo merece menção especial. Kenneth Harvey. Num jantar na Carolina do Sul há alguns anos, Ken me direcionou a um erudito libanês chamado Kamal Salibi e a uma teoria bastante obscura que acabou se transformando neste romance. As ideias brotam nos momentos mais estranhos e a partir das fontes mais inesperadas - a tarefa do escritor é reconhecê-las. Obrigado, Ken. Além disso, tenho na vida uma nova Elizabeth, que inteligente, linda e amorosa. Claro, minha filha de 8 anos, Elizabeth, continua a trazer apenas alegria. Por fim, este livro é para meus dois filhos crescidos, Kevin e Katie, que fazem com que eu me sinta ao mesmo tempo velho e jovem.
A história é a destilação de evidências que sobrevivem ao passado.
OSCAR HANDLIN, Truth in History (1979)
Desde o primeiro Adão que viu a noite, o dia e a forma de sua mão, os homens inventaram histórias e gravaram em pedra, metal ou pergaminho qualquer coisa que o mundo inclua ou os sonhos criem. Eis o fruto de seu trabalho: a Biblioteca... Os desprovidos de fé dizem que, se ela fosse queimada, a história se queimaria com ela. Estão errados. O trabalho humano incessante deu à luz uma infinidade de livros. Se, de todos eles, nenhum permanecesse, o homem recomeçaria a produzir cada página e cada linha.
JORGE LUIS BORGES, sobre a Biblioteca de Alexandria
As bibliotecas são a memória da humanidade.
JOHANN WOLFGANG VON GOETHE
PRÓLOGO
PALESTINA
ABRIL DE 1948
A paciência de George Haddad acabou enquanto olhava furioso para o homem amarrado à cadeira. Da mesma forma que ele, o prisioneiro tinha pele morena, nariz aquilino e os olhos castanhos fundos de um sírio ou libanês.
Mas naquele homem havia algo de que Haddad simplesmente não gostava.
— Só vou perguntar mais uma vez. Quem é você?
Os soldados de Haddad haviam apanhado o estranho havia três horas, pouco antes do amanhecer. Ele estivera andando sozinho, desarmado. O que era idiotice. Desde que, no mês de novembro anterior, os ingleses haviam decidido dividir a Palestina em dois Estados, um árabe e o outro judeu, a guerra entre os dois lados explodira. No entanto, aquele idiota havia entrado direto numa fortaleza árabe, sem oferecer resistência, e não tinha dito nada desde que fora amarrado à cadeira.
— Ouviu, idiota? Eu perguntei quem você é - disse Haddad em árabe, que o sujeito obviamente entendia.
— Sou um Guardião.
A resposta não significou nada.
— O que é isso?
— Somos guardiões do conhecimento.
Haddad não estava com clima para charadas. Ainda na véspera clandestinos judeus haviam atacado um povoado próximo. Quarenta palestinos, homens e mulheres, tinham sido arrebanhados até uma pedreira e mortos a tiros. Nada incomum. Os árabes estavam sendo sistematicamente assassinados e expulsos. A terra que suas famílias haviam ocupado por