No coração do mar – Charlotte Rogan

Download livro No coracao do mar Charlotte Rogan em epub mobi e pdf

Finalista do prêmio do The Guardian para livros estreantes, o romance de Charlotte Rogan foi eleito um dos melhores livros de 2012 pelos jornais The Guardian, The Independent e The Globe and Mail. No verão de 1914, a Europa está à beira da guerra, mas o futuro de Grace parece caminhar para um destino seguro enquanto ela e o marido navegam rumo a Nova York.
No entanto, uma misteriosa explosão afunda o navio e Grace se vê confinada em um barco salva-vidas com outras trinta e oito pessoas.
À medida que o clima piora, os passageiros são forçados a escolher lados em uma disputa por poder. Durante três semanas, os sobreviventes planejam, esquematizam, disseminam intrigas e confortam uns aos outros enquanto suas mais profundas convicções sobre humanidade e divindade são postas em xeque.

Copyright © Charlotte Rogan, 2012 TÍTULO ORIGINAL The Lifeboat TRADUÇÃO Flávia Rossler PREPARAÇÃO Sheila Louzada REVISÃO Clarissa Peixoto DESIGN DE CAPA Emma Graves – LBBG IMAGEM DE CAPA ©Mark Owen/Arcangel Images ©The Francis Frith Collection/SuperStock CAPA ©Hachette Book Group, Inc., 2012 ADAPTAÇÃO DE CAPA ô de casa REVISÃO DE EPUB Fernanda Neves GERAÇÃO DE EPUB Intrínseca E-ISBN 978-85-8057-355-8 Edição digital: 2013 Todos os direitos desta edição reservados à Editora Intrínseca Ltda. Rua Marquês de São Vicente, 99, 3º andar 22451-041 – Gávea Rio de Janeiro – RJ Tel./Fax: (21) 3206-7400 www.intrinseca.com.br » » »   » Sumário Capa Folha de rosto Créditos Mídias sociais Dedicatória Prólogo Parte I Dia um Noite Dia dois Dia três Noite Dia quatro O Empress Alexandra Parte II Dia cinco Noite Dia seis Dias sete e oito Henry Parte III Dia nove Noite Dia dez, manhã Dia dez, tarde Noite Dia onze Dia doze Noite Dia treze Noite Dia quatorze Parte IV Prisão Dr. Cole A lei Inocência Testemunhas Decisões O resgate Epílogo Agradecimentos Sobre a autora Para Kevin E para Olivia, Stephanie e Nick Com amor PRÓLOGO Hoje choquei meus advogados, e me surpreendi ao ver o que eu era capaz de provocar neles. Uma tempestade, com trovoada e tudo, desabou no instante em que saímos do tribunal para almoçar. Enquanto eles corriam para se abrigar sob o toldo de uma loja ali perto, temendo molhar seus ternos, parei no meio da rua e abri a boca para o céu. Transportada no tempo, revi as cortinas cinzentas daquela outra chuva que caiu sobre nós, aquele aguaceiro que é parte do meu passado, mas naquele instante, na rua, tive pela primeira vez a noção de que poderia revivê-lo, submergir naquela lembrança, voltar àquele décimo dia a bordo do barco salva-vidas, quando a chuva começou. Foi uma chuva fria, mas a recebemos com satisfação. No início não passava de uma garoa incômoda, mas, à medida que o dia avançava, ia crescendo em volume e em intensidade. Erguemos o rosto para o céu, a boca aberta, para molharmos nossas línguas intumescidas. Mary Ann não conseguia ou não queria abrir os lábios, fosse para beber a chuva ou para falar. Tínhamos a mesma idade. Hannah, apenas um pouco mais velha, deu um tapa nela e ameaçou: “Abra a boca, antes que eu puxe seu queixo à força!” Então segurou Mary Ann e apertou suas narinas até ela se ver obrigada a puxar o ar pela boca. As duas permaneceram sentadas assim por um bom tempo, em uma espécie de abraço violento, Hannah mantendo a mandíbula de Mary Ann aberta e assim fazendo-a engolir, gota a gota, a salvadora chuva cinzenta. — Venha, venha! — gritou o Sr. Reichmann. Ele é o chefe da pequena equipe de advogados contratados por minha sogra. Não que ela se importe com o que acontece comigo, apenas teme que minha condenação abale a reputação da família. O Sr. Reichmann e seus sócios me chamavam da calçada, mas fingi não escutá-los. Ficaram aborrecidos por eu não ouvi-los, ou melhor, por não lhes dar atenção, o que é diferente e bem mais ofensivo, suponho, para quem está habituado a se manifestar do alto de tribunas, para quem sempre é ouvido por juízes, jurados e pessoas que prometem dizer a verdade nada mais que a verdade e cuja liberdade depende de quais verdades eles decidem contar. Quando, afinal, fiz um esforço e me aproximei deles, tremendo e encharcada até os ossos, porém sorrindo por dentro e satisfeita por ter redescoberto a pequena liberdade da imaginação, os advogados perguntaram: — Que brincadeira foi essa? O que estava fazendo, Grace? Ficou louca? O Sr. Glover, o mais simpático dos três, colocou o paletó sobre meus ombros ensopados, mas logo o fino forro de seda ficou encharcado também e, imagino, inutilizável. Embora comovida com a gentileza, eu preferia que tivesse sido o
Rolar para cima