Haiti, depois do inferno – Rodrigo Alvarez

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No livro ‘Haiti, Depois do Inferno’, Rodrigo Alvarez traz o relato de quem acompanhou de perto o caos subsequentes ao terremoto. A movimentação frenética no aeroporto, com a chegada da ajuda militar e humanitária enviada por todo o mundo, os trabalhos de resgate de sobreviventes em meio aos escombros, o drama do desabastecimento de água e comida, os exemplos de solidariedade e mobilização popular, as dificuldades de fazer jornalismo num país com infraestrutura de comunicação arrasada é narrado neste livro. O autor contextualiza seus relatos fazendo breves incursões pela história do Haiti.

Sobre as obras que compõem esta série: Esta série de livros oferece ao leitor local a possibilidade de descobrir culturas pouco conhecidas a partir de narrativas de escritores e jornalistas brasileiros. São relatos escritos no fio tênue que corre entre a objetividade da descrição jornalística e a abordagem personalista, baseada na intensa troca de experiências com o desconhecido. Buscando vieses despercebidos, atacando os estereótipos com que percebemos os que não nos são próximos, estes livros surgem com o intuito de informar e surpreender. Afinal, do mesmo modo que nós como nação somos vistos pelas lentes do equívoco, essas culturas, complexas o bastante para não caberem em resumos rasteiros, tendem a ser tratadas a partir de uma miríade de lugares comuns. Contornar essas práticas com o cuidado e o respeito que só o viajante atento e sensível possui, constitui-se como projeto principal desta proposta editorial. Ótima leitura! Os editores Folha de Rosto Rodrigo Alvarez Haiti, depois do inferno Memórias de um repórter no maior terremoto do século Créditos Copyright © 2010 by Editora Globo S.A. para a presente edição Copyright © 2010 by Rodrigo Alvarez e-ISBN: 978-85-250-5102-8 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida — em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, por fotocópia, gravação etc. — nem apropriada ou estocada em sistemas de bancos de dados sem a expressa autorização da editora. Texto fixado conforme as regras do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Decreto Legislativo nº 54, de 1995) Preparação de texto: Marleine Cohen Revisão: Ronald Polito / João Campos Projeto gráfico, paginação e capa: ZB Editorial Tratamento de imagens: Paula Korosue Foto de capa: © Ulises Rodriguez/epa/Corbis/Corbis (DC)/Latinstock Foto de orelha: Sergio Telles Diagramação para ebook: Janaína Salgueiro 1ª edição, 2010 Direitos da edição em língua portuguesa adquiridos por Editora Globo S.A. Av. Jaguaré, 1485 — 05346-902 — São Paulo — SP www.globolivros.com.br Dedicatória Para meu irmão, Carlos Mario Prefácio Ao fim de uma jornada pesadíssima de trabalho não há jornalista que não tenha parado para pensar que, no dia seguinte, haverá mais um jornal e, depois dele, mais outro, e mais outro... Só que jornalismo não é linha de montagem, não é forno de padaria. Nosso grande desafio é realmente cumprir, diariamente, um determinado conjunto de tarefas (apurar, escolher imagens, escrever textos e editar). Mas os desafios podem ser completamente diferentes a cada jornada, o que faz da nossa profissão, por natureza, uma das mais interessantes do mundo. Na redação do Jornal Nacional a tensão aumenta com o passar das horas ao longo da tarde e, principalmente, com o passar dos minutos naquele período crítico que chamamos de “fechamento” (logo antes de o JN começar). Mais de uma vez me lembrei de uma frase nada politicamente correta nos dias de hoje: matamos um leão por dia. No dia 12 de janeiro de 2010 esse leão apareceu bem de mansinho. A primeira informação nas agências internacionais relatava um tremor forte no Haiti. Havia apenas uma frase, em inglês. Nada mais. Outro alerta veio minutos depois. Dessa vez em espanhol, mas com a mesma economia de informações. Eu e a editora Isabella Guberman, com quem divido a editoria de notícias internacionais do JN, trocamos olhares preocupados. O terceiro relato das agências também não dava muitos detalhes, mas informava que um alerta de tsunami tinha sido emitido para o Caribe. A essa altura já estávamos muito além do “fechamento”. Avisamos ao editor-chefe adjunto do JN, Luiz Ávila, que um terremoto tinha sido registrado no Haiti, mas que não tínhamos muitos detalhes. Já o quarto alerta trazia o testemunho de um jornalista que acompanhou o momento em que um hospital veio abaixo na capital, Porto Príncipe. Ainda não tínhamos informa
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