Guerra das Baratas – Arquivo X Vol. 10 – Chris Carter

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Mulder e Scully são levados a Miller’s Grove, no estado de Massachusetts, atendendo a relatos de uma cidade invadida por baratas, onde está ocorrendo uma série de mortes misteriosas. Ao investigar mais, uma questão aparece: seriam estes insetos criaturas robotizadas feitas pelo homem, ou sondas alienígenas enviadas a Terra como um meio de nos aterrorizar?

PROIBIDO ENTRAR — PROPRIEDADE DO DEPARTAMENTO DE AGRICULTURA DOS ESTADOS UNIDOS. Forçando a vista para enxergar além da cerca, ele havia ficado imaginando para que seria aquilo. Mas tudo o que podia ver dentro da propriedade era uma casa de aparência bastante comum. Era o mesmo tipo de casa que se pode encontrar nos subúrbios de praticamente qualquer cidade dos Estados Unidos. Mulder chegou à parte de cima da cerca e caiu para o outro lado. Seus joelhos se curvaram para amortecer o choque da queda. Então ele caminhou com todo o cuidado na direção da casa. Tinha esperado nada menos de meia-hora até partir para a ação. Mas o fato de não ter visto nenhum guarda não indicava que não poderia haver alguém lá dentro. Rrriiinng. Disparou a campainha de seu telefone celular. A mão bateu forte no bolso do paletó para agarrar o aparelho, ligá-lo e acabar com o barulho. — É Mulder — respondeu ele junto ao fone. — Mulder, estive fazendo algumas pesquisas — disse-lhe Scully. — E daí? — Consegui descobrir alguma coisa. Não é muito, mas já é alguma coisa — disse Scully. — O quê? — perguntou Mulder. Era muito difícil falar baixinho daquele jeito. Ele olhou nervoso para a casa, mas não havia qualquer sinal de vida. — Em meados da década de 80, um tipo de barata que antes era encontrada apenas na Ásia apareceu, de repente, na Flórida — explicou Scully. — Desde então essa espécie em particular conseguiu espalhar-se por toda a América. — E elas atacam as pessoas? — perguntou Mulder impaciente. — Desculpe-me Mulder, mas a resposta é negativa, — disse Scully — No entanto, elas são diferentes das baratas nativas dos Estados Unidos. Conseguem voar por longas distâncias. E têm uma grande atração pela luz. — Mas elas não atacam as pessoas — disse Mulder em um tom sombrio. — Mulder, você não está me entendendo — disse Scully, impaciente. — Estou sugerindo que, se uma espécie estrangeira de baratas conseguiu chegar a este país, é possível que qualquer outra espécie também tenha chegado. E essa sim, poderia sentir atração pelas pessoas. A essa altura Mulder já havia chegado perto da casa. Com o telefone ainda junto à orelha, ele espiou pela janela. Mas o aposento estava às escuras. — Faz muito sentido, Scully, e eu não gosto nada disso — disse ele. — Descobri que uma agência do governo federal está realizando experiências secretas por aqui. Os homens envolvidos afirmam que são do Departamento de Agricultura, mas não dá para confirmar isso. Acho que valeria a pena investigar melhor. — Mulder — disse Scully com um suspiro — Você não está pensando em invadir de novo uma propriedade restrita do governo federal, está? Eu sei que isso deu resultado no passado, mas é uma atividade profundamente imprópria. E não acho que se justifique... — Tarde demais — disse Mulder — acabei de saltar por cima da cerca. — Mulder, acho que você nunca vai aprender — suspirou Scully. Mas não podia deixar de perguntar: — E então? O que está acontecendo? O que você está vendo aí? — Não dá para ver muito, do lugar onde estou — respondeu Mulder. — Foi construída uma casa na propriedade. Acho que vou tentar entrar. — Tenha cuidado — disse Scully. — Não sou sempre cuidadoso? — perguntou Mulder. — Como eu disse, tenha cuidado. — Estou tentando abrir a porta — disse Mulder. — Está trancada. — Era de se esperar — disse Scully. — Acho que posso dar um jeito de abrir — disse Mulder, enfiando um pequeno grampo na fechadura. Moveu o grampo de um lado para outro, até ouvir um pequeno estalido. Então ele disse a Scully: — Lá vou eu. Parece que a segurança do pessoal aqui não é grande coisa. — É muito difícil contratar gente que trabalhe direito nos dias atuais — com
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