Jacob Barber é um garoto comum. Mas, sob a aparente normalidade, pode se esconder um assassino. Aos 14 anos, ele é acusado de matar Ben Rifkin, seu colega de escola. Por uma cruel ironia do destino, à frente do caso está o pai de Jacob, Andy Barber, promotor veterano e respeitado de uma cidade de Massachusetts, que é imediatamente afastado da investigação. Ele acreditava ter uma família perfeita e tudo isso põe por terra a fachada de normalidade de sua vida. Seu desafio torna-se descobrir se Jacob é inocente, ao mesmo tempo em que precisa encarar segredos do passado e tentar preservar seu casamento em crise.
O menino jura ser inocente, e Andy, para quem a investigação se transforma em uma prova de amor, acredita nele. Afinal, ele é seu pai. Porém, numerosos fatos e acontecimentos vêm à tona ao longo da investigação, revelando o quão pouco os pais às vezes sabem sobre os filhos. Paralelamente, o casamento de Andy começa a desmoronar, e ele é levado a outro julgamento, no qual é ao mesmo tempo juiz e réu – uma disputa interna entre lealdade e justiça, verdade e alegação, um passado que ele tenta enterrar e um futuro que parece cada vez mais indefinido.
Com doses de adrenalina e suspense psicológico, William Landay nos põe diante de um tabuleiro de xadrez literário em que cada movimento das peças revela uma história de traição e culpa, e nos convoca a pensar sobre a velocidade aterrorizante com que a vida pode sair dos trilhos.
O thriller jurídico de William Landay – que vem sendo comparado pela crítica com o mestre da literatura de tribunal Scott Turow. Estreou em quarto lugar na lista de mais vendidos do New York Times, onde permaneceu por mais de 25 semanas e já foi vendido para 19 países. Assim como Turow, Landay, vencedor de diversos prêmios com seus dois romances anteriores, tem conhecimento de causa: o autor atuou como promotor nos anos 1990, antes de se tornar escritor, e empresta sua experiência para contar a história
Tradução de
Marcelo Schild
2012
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.
Landay. William, 1963-
L242e
Em defesa de Jacob / William Landay; tradução de Marcelo Schild Arlin. – Rio de Janeiro: Record, 2012.
Tradução de: Defending Jacob
Formato: ePub
Requisitos dos sistema: Adobe Digital Editions
Modo de acesso: World Wide Web
ISBN 978-85-01-40152-6 (recurso eletrônico)
1. Romance norte-americano. 2. Livros eletrônicos. I. Arlin, Marcelo Schild. II. Título.
12-2788
CDD: 813
CDU: 821.111(73)-3
TITULO ORIGINAL EM INGLÊS:
Defending Jacob
Copyright © 2012 by William Landay
Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, no todo ou em parte, através
de quaisquer meios. Os direitos morais do autor foram assegurados.
Editoração eletrônica da versão impressa: Abreu’s System
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adquiridos pela
EDITORA RECORD LTDA.
Rua Argentina 171 – Rio de Janeiro, RJ – 20921-380 – Tel.: 2585-2000
que se reserva a propriedade literária desta tradução.
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Produzido no Brasil
ISBN 978-85-01-40152-6
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Parte UM
“Sejamos pragmáticos quanto às nossas expectativas em relação ao Direito Penal.... [Pois] precisamos apenas imaginar, por alguma espécie de truque de viagem no tempo, um encontro com nosso ancestral hominídeo mais antigo, Adão, um proto-homem, de estatura baixa, coberto por uma abundância de folhas, bípede recente, colhendo forragem aqui e ali na savana africana aproximadamente há três milhões de anos. Agora, concordemos que podemos promulgar toda e qualquer lei que nos agrade e atingir aquela criatura pequena e esperta; ainda assim, seria imprudente afagá-la.”
— REYNARD THOMPSON,
A General Theory Of Human Violence (1921)
1 | Diante do grande júri
Sr. Logiudice: Diga seu nome, por favor.
Testemunha: Andrew Barber.
Sr. Logiudice: Qual é sua profissão, Sr. Barber?
Testemunha: Fui promotor adjunto local deste condado durante 22 anos.
Sr. Logiudice: “Fui.” Trabalha com o que agora?
Testemunha: Suponho que se poderia dizer que estou desempregado.
Em abril de 2008, Neal Logiudice finalmente me intimou a depor diante do grande júri. Àquela altura, era tarde demais. Tarde demais para o caso dele, certamente, mas também para Logiudice. A reputação dele já estava avariada além da possibilidade de reparo, e sua carreira a acompanhara. Um promotor pode seguir mancando com uma reputação avariada durante algum tempo, mas os colegas irão observá-lo como lobos, e ele vai acabar sendo forçado a abandonar o cargo, pelo bem da matilha. Já vi acontecer muitas vezes: um promotor adjunto local é insubstituível em um dia e esquecido no seguinte.
Sempre tive uma simpatia por Neal Logiudice (pronuncia-se la-JU-dis). Ele ingressou na promotoria uns dez anos antes da atual gestão, logo após sair da faculdade de direito. Na época, aos 29 anos, era baixo, tinha cabelo ralo e uma pequena pança. Sua boca era entupida de dentes; precisava fechá-la à força, como uma mala abarrotada, o que o deixava com uma expressão azeda, os lábios enrugados formando um bico. Eu costumava chamar a atenção dele para que não fizesse aquela cara diante dos jurados — ninguém gosta de uma reprimenda —, mas ele a fazia inconscientemente. Levantava-se diante do júri balançando a cabeça e franzindo os lábios como uma professora do interior ou um padre, e em cada jurado contorcia-se um desejo secreto de votar contra ele. Dentro do gabinete, Logiudice era um pouco manipulador e puxa-saco. Sofria muitas brincadeiras. Outros promotores adjuntos locais provocavam-no o