Como Eu Era Antes de Você – Jojo Moyes

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Aos 26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Trabalha como garçonete num café, um emprego que não paga muito, mas ajuda nas despesas, e namora Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe.

Quando o café fecha as portas, Lou é obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Tudo parece pequeno e sem graça para ele, que sabe exatamente como dar um fim a esse sentimento.

O que Will não sabe é que Lou está prestes a trazer cor a sua vida. E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro. Como eu era antes de você é uma história de amor e uma história de família, mas acima de tudo é uma história sobre a coragem e o esforço necessários para retomar a vida quando tudo parece acabado.

Prólogo 2007 Quando ele sai do banheiro, ela está acordada, recostada nos travesseiros e folheando os prospectos de viagem que estavam ao lado da cama. Usa uma camiseta dele e seu cabelo comprido está despenteado de uma maneira que o faz lembrar da noite anterior. Ele fica parado, desfrutando da breve recordação enquanto enxuga seu próprio cabelo com uma toalha. Ela levanta os olhos do prospecto e faz um beicinho. É um pouco velha para isso, mas eles estão juntos há pouco tempo e ainda é bonitinho. — A gente precisa mesmo fazer algo que envolva escalar montanhas ou se pendurar em ribanceiras? É a primeira vez que vamos tirar férias juntos para valer e não há uma única viagem nesses folhetos que não envolva se atirar de algum lugar ou — ela finge tiritar de frio — usar casacos de fleece. Ela joga os folhetos na cama e estica os braços bronzeados acima da cabeça. A voz está rouca, prova de que dormiram pouco. — Que tal um spa de luxo em Bali? Poderíamos ficar deitados na areia… passar horas sendo paparicados… ter longas noites relaxantes… — Não posso ter esse tipo de férias. Preciso de atividade… — Como se jogar de aviões. — Não critique até que tenha experimentado. Ela fica amuada. — Se você não se importar, acho que vou continuar criticando. A camiseta dele está ligeiramente úmida em sua pele. Ele passa um pente pelo cabelo, liga o celular e dá uma olhada na lista de recados que surge imediatamente na telinha. — Muito bem, preciso ir — diz ele. — Tome seu café da manhã. — Incli­na-se sobre a cama para beijá-la. Ela tem um cheiro morno, perfumado e muito sensual. Ele inala o aroma de sua nuca e, por um instante, perde o rumo dos pensamentos quando ela o envolve pelo pescoço com os braços, puxando-o para a cama. — Ainda vamos viajar no fim de semana? Ele se desvencilha, relutante. — Depende do que acontecer nessa reunião. Por enquanto, tudo está meio no ar. Pode ser que eu ainda tenha de ir a Nova York. Que tal jantar num lugar bacana na quinta-feira, para compensar? Você escolhe o restaurante. — Sua jaqueta de motoqueiro está pendurada atrás da porta, ele a pega. Ela estreita os olhos, pensativa. — Jantar com ou sem o Sr. BlackBerry? — Com quem? — O Sr. BlackBerry faz com que eu me sinta uma intrusa. — Ela faz beicinho de novo. — Parece que sempre tem uma terceira pessoa disputando sua atenção. — Vou colocá-lo no silencioso. — Will Traynor! — ela o repreende. — Você precisa desligar esse aparelho em algum momento. — Na noite passada eu desliguei, não foi? — Só sob enorme coação. Ele sorri. — É assim que chamamos isso agora? — Ele calça os sapatos. E o efeito que Lissa mantinha sobre sua mente se rompe. Ele joga a jaqueta de motoqueiro no braço e lança um beijo para ela ao sair. O BlackBerry tem vinte e duas mensagens, a primeira delas enviada de Nova York às três e quarenta e dois da manhã. Algum problema legal. Will desce de elevador até o estacionamento no subsolo, tentando rememorar os acontecimentos da noite. — Bom dia, Sr. Traynor. O segurança sai de seu cubículo. O lugar é à prova de intempéries, embora ali não haja intempéries das quais se proteger. Às vezes, Will imagina o que o segurança faz lá embaixo, de madrugada, olhando fixamente para a televisão do circuito interno e para os para-lamas reluzentes de carros de sessenta mil libras que jamais ficam sujos. Ele enfia os ombros na jaqueta de couro. — Como está o tempo lá fora, Mick? — Horrível. Está chovendo canivetes. Will para. — É mesmo? Não dá para ir de moto? Mick balança a cabeça. — Não, senhor. A menos que tenha um bote inflável. Ou esteja querendo morrer. Will olha para a moto e tira a jaqueta. Não importa o que Lissa pense, ele não é o tipo de homem que corre riscos desnecessários. Abre o porta-capacete da moto e guarda a jaqueta lá dentro, tranca o compartimento e joga as chaves para Mick, que pega-as precisamente com uma das mãos. — Passe por debaixo da porta do meu apartamento, pode ser? — Sem problemas. Quer que eu chame um táxi? — Não. Não faz sentid
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