A Verdade está Lá Fora – Arquivo X Vol. 1 – Chris Carter

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Este é o primeiro episódio da série apresentado pela Fox em 1993. Os Arquivos X investigam casos estranhos, fenômenos paranormais e contatos com alienígenas, é também onde ocorre o primeiro encontro dos agentes do FBI Fox Mulder e Dana Scully.

Capítulo I jovem corria pela floresta escura. Descalça, seus pés tropeçavam nas pedras, escorregavam sobre as lisas folhas caídas. Sua camisola deixava os braços à mostra, A o que a tornava mais vulnerável aos galhos e espinhos que cortavam sua pele. Mesmo assim, ela corria, e sua expressão era a de um animal caçado. Gotas de suor corriam por sua pele, a respiração era ofegante e lágrimas desciam abundantes dos seus olhos. Então eles se arregalaram, quando ela percebeu que estava caindo. Tinha tropeçado numa raiz saliente, o que a fez cair em uma clareira, apoiando-se sobre as mãos e os joelhos. Ela deixou-se ficar ali, ofegante, cansada demais para tentar levantar-se. Ela sabia que a perseguição tinha terminado. Só pre-cisava esperar. Um instante depois, acabou. Um redemoinho de poeira e folhas soltas levantou-se do 7 chão da floresta, e cada vez mais rápido, girou ao redor dela. O cascalho que voou atingiu sua pele como os ferrões de um milhão de abelhas. Seus olhos piscaram em desespero, então sua visão foi ofuscada pela explosão fortíssima de uma luz branca que saiu do nada. O estranho facho branco inundou toda a clareira e com ele veio um zumbido de alta freqüência. A garota levou as mãos aos ouvidos, mas o som atravessou a barreira, como o choro estridente de uma serra de alta velocidade. E o barulho foi ficando ainda mais intenso em meio às pancadas que pareciam choques de peças de metal pesado. Todo o corpo da moça ficou tenso, como se estivesse se preparando para o que estava para acontecer. Uma figura apareceu no meio do facho de luz branca. Só era possível ver o seu perfil. A luz ficou ainda mais forte, e tudo que havia ali, a figura, a garota, a clareira, a floresta e até a noite, desapareceu no meio dela. Só ficou a voz da garota, gritando uma palavra, talvez um nome. Não era possível distinguir, porque a dor havia retalhado o som. O eco de seu grito acabou desaparecendo, a luz se apagou e toda a floresta voltou a ficar em silêncio, como uma enorme sepultura. Então os pássaros começaram a cantar, as folhas tremeram ao vento e a vida recomeçou, deixando a garota para trás, para que os vivos a encontrassem. Ela foi encontrada no dia seguinte por um caçador de perdizes à primeira luz da aurora. Ele foi correndo para a cidade, contar o que vira. Quando o sol da manhã tingiu de azul o céu do Oregon, as autoridades policiais já estavam no local. — Eu diria que ela morreu entre umas oito a doze horas atrás — informou o legista ao chefe dos investigadores da polícia. Estavam os dois em pé, olhando para o cadáver da garota, 8 de rosto para baixo. Ao lado dela estavam os dois assistentes do legista. — E a causa da morte? — perguntou o investigador. Era um homem alto e forte. Mas, naquele momento, seus ombros largos pareciam caídos. O legista pigarreou antes de responder. — Nenhuma causa visível. Só alguns arranhões e cortes leves na pele. Nenhum sinal de pancadas ou ataque de caráter físico. Só temos isto. O legista curvou-se sobre à garota e levantou a barra de sua camisola. Havia duas marcas vermelhas na parte baixa das costas, feridas profundas, do tamanho de duas moedas, que deixavam bordas salientes. O detetive olhou para aquelas marcas e trocou olhares com o legista. Não havia surpresa na expressão de nenhum dos dois, só o olhar de cumplicidade diante de uma situação terrível já bastante conhecida. As mandíbulas do detetive se cerraram. Ele não podia mais adiar o que tinha de fazer em seguida. — Virem o corpo dela — ordenou ele. Os assistentes do legista viraram o cadáver rígido da garota, deitando-o
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