Kafka para sobrecarregados – Allan Percy

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Kafka para sobrecarregados é um curso de filosofia prático e acessível para quem quer extrair o máximo da vida.
São 99 máximas do gênio da literatura, abordando temas como amor, felicidade e o sentido da vida.
Após cada aforismo, Allan Percy comenta, explica e desenvolve o pensamento, mostrando de que forma ele pode ser adaptado à nossa realidade e como pode nos ajudar a sair ilesos das metamorfoses da vida.

1 A história dos homens é um instante entre dois passos de um caminhante.     O SÁBIO CHINÊS LAO-TSE DIZIA no Tao Te Ching que uma viagem de mil milhas começa com um único passo. Esse aforismo tem mais de dois mil anos, mas continua válido nos tempos atuais, em que as pessoas se veem obrigadas a recomeçar constantemente sua jornada em razão de crises econômicas, sentimentais ou existenciais. Kafka se referia à vida como um instante entre dois passos, levando em conta todas as gerações que nos precederam e todas as que virão depois de nós. No entanto, no decurso de sua existência, todo homem e toda mulher podem viver diferentes renascimentos, fracassos, recomeços e transformações. Enquanto estivermos sobre a Terra, qualquer coisa pode ser planejada, experimentada, realizada. Somos um instante entre dois passos, mas esse instante contém todas as possibilidades do mundo. Como diz a sabedoria popular, “tudo ainda está por fazer”. 2 Quando tudo parece terminado, surgem novas forças. Isto significa que você está vivo.   A RESILIÊNCIA É A CAPACIDADE de superar uma adversidade e sair ileso dela – uma experiência comum na vida de Kafka. O judeu francês Boris Cyrulnik popularizou o termo resiliência após sentir na pele o horror do regime nazista. Seus pais foram assassinados em um campo de concentração, de onde ele fugiu com apenas 6 anos. Um trauma como este destruiria o futuro da maioria das pessoas, mas Cyrulnik teve a sorte de ser acolhido por seres humanos que lhe ensinaram o valor do amor à vida e ao próximo. A chave da resiliência está na cura por meio do afeto. Boris Cyrulnik trabalhou com os órfãos romenos após a execução do presidente Nicolae Ceausescu e comprovou que a principal causa dos transtornos mentais das crianças não era os maus-tratos, mas a falta de carinho e afeto nos orfanatos. Atualmente, além de trabalhar com crianças, Cyrulnik lida com portadores do mal de Alzheimer. Pode ser que esses pacientes esqueçam seu passado ou até as palavras, mas jamais esquecerão o afeto ou a beleza da música, garante ele. O afeto é nossa melhor ferramenta e o bálsamo de nossa vida, pois permite que as pessoas se comuniquem com respeito, seja qual for o seu idioma ou a sua cultura. 3 O cotidiano em si já é maravilhoso. Eu não faço nada mais do que registrá-lo.       SARAH BAN BREATHNACH DIZ que devemos dedicar um tempo a limpar o ambiente à nossa volta para que possamos celebrar as maravilhas do dia a dia. Quando nos cercamos de limpeza, mantemos o espírito arejado. Limpar e organizar as coisas nos ajuda a pôr em ordem nosso interior. Sarah afirma que precisamos utilizar todos os sentidos para realizar qualquer tarefa cotidiana, por mais banal que pareça: cozinhar, ler o jornal, fazer compras, trabalhar, cuidar das crianças, conversar com os vizinhos. Toda atividade é uma bela aventura e um momento valioso se acreditarmos nisso. Se levarmos em consideração esse encanto cotidiano de que falava Kafka, aproveitaremos muito melhor o tempo e teremos uma vida mais plena, pois faremos de um simples ato um momento especial. Há outros livros que revelam a delícia por trás da rotina. O primeiro gole da cerveja e outros minúsculos prazeres, de Philippe Delerm, por exemplo, ressalta os pequenos deleites diários de que quase não tomamos consciência. O título já é revelador: quando estamos sedentos e pedimos qualquer bebida (não necessariamente cerveja), o primeiro gole é uma autêntica explosão para os sentidos. Frequentemente deixamos de valorizar os pequenos prazeres, que são o combustível da felicidade. 4 Toda crença é pesada e ligeira como uma guilhotina.     NINGUÉM ESTÁ LIVRE DE PRECONCEITOS. Franz Kafka sabia disso por experiência própria, por ser judeu, tcheco e falar alemão. Nem mesmo as mentes mais abertas estão livres das ideias preconcebidas e dos estereótipos. A causa disso é cultural, já que tudo o que vivemos acaba atuando como filtro entre nós e a realidade. Hoje em dia, as pessoas n
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