Essas Estrelas São Nossas – Poul Anderson

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Invasão! Os seres que vêm do espaço cósmico já conquistaram, saquearam, escravizaram as civilizações de inúmeras galáxias no seu avanço arrasador. Agora chegou a vez do sistema solar!

      ESSAS ESTRELAS SÃO NOSSAS! Poul Anderson     Título original: We Claim These Stars! Tradução de: Affonso Blacheyre HEMUS — LIVRARIA EDITORA LTDA. PERSONAGENS SIR DOMINIC FLANDRY Arriscar-se-ia a morrer, a ter de ficar sem o conforto e luxo que amava.   AYCHARACH Em sua mente, possuía o conhecimento de todos os homens e nas mãos o destino da galáxia.   CATHERINE KITTREDGE Uma boa menina, do planeta que fora condenado.   SVANTOZIK Em caçador emérito; e a mente alheia constituía ao mesmo tempo seu alvo e sua arma.   JUDITH HURST Uma revoltosa empenhada em boa causa — espírito liberal em corpo livre.   CHIVES Perfeito cavalheiro, como deve ser o valete de um cavalheiro, até sua cauda verde e comprida era discreta. 1 A Ruethen Mão Comprida agradara muito oferecer, aos amigos, uma festa e baile na Lua de Cristal. Ele sabia que os inimigos teriam que comparecer. O orgulho de raça desaparecera da Terra, enquanto a necessidade de parecer educado e avançado crescera de modo correspondente. O fato de que espaçonaves rondassem e lutassem, cinqüenta anos-luz além de Antares, tornava ainda mais impossível a deselegância de declinar o convite do representante merseiano. Dava, ademais, para ir e sentir-se prazerosamente perverso, enfrentando um perigo muitíssimo delicado. O Capitão Sir Dominic Flandry, do Corpo Imperial de Informações Navais, deu-se ao luxo de fazer uma queixazinha. — Não que eu recuse a bebida oferecida por quem quer que seja — explicou —, e Ruethen tem um cozinheiro, para refeições de tipo humano, que, ele sozinho, valeria a pena tomar, ainda que custasse uma guerra. Mas eu julguei que estava em férias. — E você está, mesmo, em férias — concordou Diana Vinogradoff, Nobre Dama Guardiã do Maré Crisium. — Só que eu vi você primeiro. Flandry sorriu e passou o braço pelos ombros dela. Tinha quase certeza de ganhar a aposta que fizera com Ivar dei Bruno. Ali ficaram, descansando no salão, e ele apagou as luzes. Aquele iate, apanhado em empréstimo, era ridiculamente frágil e ornamentado; mas seu salão era uma maravilha, uma bolha de plástico cristalino. Na escuridão repentina, o espaço dava um salto à frente, negro cristalino e com resplendor hibernai de estrelas. O escudo de faixas em Júpiter crescia enquanto eles olhavam, derramando brilho suave e cor de âmbar na espaçonave. A Dama Diana tornou-se uma figura vinda do mito, inteiramente bela; suas jóias cintilavam como gotas de chuva, no vestido comprido, as trancas formando um coque. Flandry afagou o bigode bem aparado. Acha que também não estou muito horroroso, pensou, um tanto presunçoso e partiu para o ataque. — Não... por favor... agora não — e a Dama Diana o afastou de si, mas de modo promissor. Flandry voltou a reclinar-se. Não havia pressa. O banquete e a dança levariam horas seguidas. Depois disso, quando o iate estivesse a caminho de volta à Terra, em viagem calma, e suas cabeças estivessem com bolhas de champanha... — Por que você falou aquilo, de estar em férias? — indagou ela, ajeitando o penteado com dedos esguios. O verniz de unhas luminoso, em seus dedos, dançava àquela luz crepuscular, como se fossem chamas de uma vela a se extinguir. Flandry tirou um cigarro do bolso da jaqueta que também brilhava e inalou-se bastante. O brilho fez aparecer-lhe o rosto, estreito, os malares salientes e olhos cinzentos, cabelo castanho e nariz reto. Às vezes ocorria-lhe a desconfiança de que sua última plástica o havia tornado demasiadamente bem apessoado, e que deveria fazer nova modificação. Mas, que diabo, não se encontrava com freqüência na Terra, para que as pequenas se entediassem com seu aspecto. Ademais, o guarda-roupas, que ele se esforçava por manter em moda, era caro o bastante para dispensar outros recursos. — A questão de Nyanza foi um pouco cansativa, você sabe? — retorquiu, para que ela se lembrasse de outra de suas façanhas, em outro planeta exótico. — Eu vim para casa descansar. E os merseianos são criaturas pavorosamente cansativas
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