A estória começa quando o Senhor do Elo encarrega um de seus seguidores de uma missão em Arianus. O seguidor espionará discretamente os Sartan. Lá, o seguidor irá espalhar o caos como preparação para a chegada do Senhor do Elo, nunca revelando que ele é realmente um dos poderosos Patryn. Quando chegar o momento, o Senhor do Elo terá de conquistar todos os mundos e reunificá-los sob a sua liderança. O Patryns terão sua vingança sobre seus inimigos, os Sartan.
Asa de Dragão – Ciclo da Porta da Morte – Vol.1 – Margareth Weis, Tracy Hickman
Ciclo da Porta da Morte
ASA DE DRAGÃO
Margareth Weis – Tracy Hickman
Título original:
Dragão Wing (Volume 1 The Death Gate Cycle)
© 1990 by Margaret Weis and Tracy Hickman
Published by arrangement with Bantam Books, a division of
Bantam Doubleday DELL Publishing Group, Inc., New York.
© Grupo Editorial Ceac, S A 1991
Dedico esta obra memória de minha mãe, Frances Irene Weis
Margaret Weis
A Dezra e Terry Phillips por tudo que compartilhamos
Tracy Hickman
“A única prisão
que pode encerrar à alma
somos nós mesmos.”
Henry Van Dyke
PRÓLOGO
Fique tranquilo, Haplo. Entre e acomode-se. Sente-se. Entre nós não é necessário formalidades. Deixe-me encher sua taça. Bebamos o que em outros tempos chamávamos de a taça do estribo, um brinde pela longa viagem que você vai empreender. Gosta do vinho? Ah! Meus poderes são muitos e diversos, como sabe, mas começo a pensar que só o passar do tempo, e não a magia, pode produzir um bom vinho. Ao menos, isso é o que ensinam os livros antigos. Não duvido que nossos antepassados estavam certos a respeito disso, por muito equivocados que estivessem em outras coisas. Sinto falta de algo nesta bebida: um calor, um sabor antigo que só o tempo proporciona. É muito áspera, muito agressiva; duas qualidades que combinam com os homens, Haplo, mas não com o vinho.
— Então, está preparado para a viagem? Tem alguma necessidade ou desejo que possa satisfazer? Diga e o terá. Não há nada? Ah! Realmente o invejo. Meus pensamentos estarão contigo em todo instante, acordado ou dormindo. Outro brinde. A você, Haplo, meu emissário a um mundo tão crédulo! E assim deve continuar: crédulo e sem receios. Sei que já falamos sobre isso, mas vou insistir uma vez mais. O perigo é grande. Se nossos antigos inimigos tiverem o menor indício de que escapamos da sua prisão, moverão terra, mar, sol e céu — como já fizeram no passado — para frustrar nossos planos. Farejam sua presença como esse cão fareja os ratos, mas não permita nunca que cheirem o menor rastro de sua existência.
— Deixe-me encher sua taça para mais um brinde. Este, pelos sartan. Hesita em beber? Vamos, insisto. Sua raiva é sua força. Use-a: ela lhe dará energia. Assim...
— Pelos sartan. Eles nos fizeram o que somos. Qual sua idade, Haplo? Não tem ideia? Já sei: o tempo não tem sentido no Labirinto. Deixe-me pensar... A primeira vez que te vi, parecia rondar os vinte e cinco anos. Uma longa vida para os habitantes do Labirinto; uma longa vida, que quase tinha chegado a seu final.
— Se bem recordo esse momento, faz cinco anos. Dispunha-me a entrar de novo no Labirinto quando você emergiu dele. Sangrando, quase incapaz de caminhar, agonizante. Mas me olhou com uma expressão que nunca esquecerei: uma expressão de triunfo. Tinha escapado, tinha vencido. Apreciei aquele ar triunfal em seus olhos, seu sorriso exultante. Logo, caiu a meus pés. Foi essa expressão o que me atraiu a você, querido rapaz. Eu senti o mesmo quando escapei desse inferno há tanto tempo... Eu fui o primeiro que saiu dele com vida.
— Há séculos, os sartan quiseram conter a nossa ambição dividindo o mundo que nos pertencia por direito e nos jogando em sua prisão. Como bem sabe, o caminho para sair do Labirinto é comprido e tortuoso. Levou séculos resolver o quebra-cabeças de nossa terra. Os livros antigos dizem que os sartan imaginaram esse castigo com a esperança de que o tempo e o sofrimento moderassem nossa desmedida ambição e nossa natureza cruel e egoísta.
— Deve se recordar sempre do seu plano, Haplo. Isso lhe dará a força necessária para cumprir o que te pedi. Os sartan chegaram a convencer-se de que, quando emergíssemos do Labirinto, estaríamos dispostos a ocupar nosso lugar em qualquer dos quatro reinos que escolhêssemos. Mas algo saiu errado. Possivelmente descobrirá o que aconteceu quando penetrar na Porta da Mort