Antônio e Cleópatra – William Shakespeare

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Os cinco atos de Antônio e Cleópatra são repletos de intrigas políticas mescladas a fervorosas declarações de amor, onde está presente toda linguagem monumental de Shakespeare. Produzida em 1607, já quando a obra do autor inglês estava em uma fase plena e madura, esta tragédia tem como tema a relação entre o militar romano Marco Antônio e Cleópatra, a célebre rainha do Egito. O casal sonhava com o estabelecimento de um grandioso império no oriente, mas seus planos são interrompidos. Com o pretexto da morte de sua esposa Fúlvia, Marco Antônio, que vivia no Egito com a amante, é chamado de volta a Roma; na verdade por motivos políticos. Lá, se vê obrigado a casar com Otávia, irmã de Otávio Augusto, um dos líderes do Império Romano, que usa esse casamento como estratégia para manter Marco Antônio mais próximo ao governo. Ao tomar conhecimento da união, Cleópatra envia a Roma a falsa notícia de que cometera suicídio, e Marco Antônio, apaixonado e desiludido, põe fim à própria vida. A rainha, sabendo disso, encomenda a seus criados a víbora que lhe destilaria o veneno mortal. Os personagens marcantes e os diálogos impetuosos fazem de Antônio e Cleópatra, além de já consagrada como uma das principais obras históricas de Shakespeare, uma peça emocionante e envolvente em todos os seus momentos.

Antônio e CleópatraWilliam ShakespeareEdiçãoRidendo Castigat MoresFonte Digitalwww.jahr.org“Todas as obras são de acesso gratuito. Estudei sempre por conta do Estado, ou melhor, da Sociedade que paga impostos; tenho a obrigação de retribuir ao menos uma gota do que ela me proporcionou.”Nélson Jahr Garcia (1947-2002)Versão para eBooklivrosdoexilado.orgCopyleftRidendo Castigat Mores   Personagens Dramáticas   MARCO ANTÔNIO, triúnviro, OTÁVIO CÉSAR, triúnviro, M. EMÍLIO LÉPIDO, triúnviro, SEXTO POMPEU, DOMÍCIO ENOBARBO, amigo de Antônio, VENTÍDIO, amigo de Antônio, EROS, amigo de Antônio, ESCARO, amigo de Antônio, DERCETAS, amigo de Antônio, DEMÉTRIO, amigo de Antônio, FILO, amigo de Antônio, MECENAS, amigo de César, AGRIPA, amigo de César, DOLABELA, amigo de César, PROCULEIO, amigo de César, TIREU, amigo de César, GALO, amigo de César, MENAS, amigo de Pompeu, MENÉCRATES, amigo de Pompeu, VARRIO, amigo de Pompeu, TAURO, tenente-general de César, CANÍDIO, tenente-general de Antônio, SÍLIO, oficial sob as ordens de Ventídio, EUFRÔNIO, embaixador de Antônio para César, ALEXAS, servidor de Cleópatra, MARDIAN, servidor de Cleópatra, SELEUCO, servidor de Cleópatra, DIOMEDES, servidor de Cleópatra, Um adivinho, Um bobo, CLEÓPATRA, rainha do Egito, OTÁVIA, irmã de César e esposa de Antônio, CHARMIAN, criada de Cleópatra, IRAS, criada de Cleópatra, Oficiais, soldados, mensageiros e gente de serviço   ATO ICena I   Alexandria. Um quarto no palácio de Cleópatra. Entram Demétrio e Filo.   FILO — Não! Passa da medida essa loucura do nosso general. Aqueles olhos altivos que brilhavam como Marte com seu arnês chapeado, dominando multidões de soldados em revista, ora se abaixam, ora se desviam do ofício e devoção que lhes são próprios, para uma fronte escura. Aquele grande coração, que na grita das batalhas monumentais fazia que saltassem, partidas, as fivelas da couraça, agora renegou o autodomínio, para tornar-se a ventarola e o fole que acalmar tenta o ardor de uma cigana. Vede onde eles vêm vindo! (Entram Antônio e Cleópatra, com os respectivos séqüitos; eunucos a abanam.) Tomai nota, e observareis como um dos três pilares do mundo no palhaço de uma simples rameira se mudou. Examinai-os! CLEÓPATRA — Se é amor, realmente, revelai-me quanto. ANTÔNIO — Pobre é o amor que pode ser contado. CLEÓPATRA — Vou pôr um marco, para o ponto extremo do amor assinalar. ANTÔNIO — Fora preciso descobrir novos céus, uma outra terra. (Entra um ajudante.) AJUDANTE — Novas de Roma, meu bondoso chefe. ANTÔNIO — Que estais! Vamos lá: resume a história. CLEÓPATRA — Não, Antônio! Ouvi tudo. Talvez Fúlvia se encontre estomagada, ou talvez ainda o César quase imberbe vos haja ordens mandado peremptórias: “Faze isto e aquilo; toma aquele reino, liberta este outro! Cumpre as minhas ordens, se não quiseres receber castigo.” ANTÔNIO — Como, querida? CLEÓPATRA — Talvez? Não; é certo: não podereis ficar aqui mais tempo; César já vos enviou a demissão. Por isso, Antônio, ouvi: onde é que se acha a expressa ordem de Fúlvia... isto é, de César... de ambos? — Fazei entrar os mensageiros. — Tão certo como eu ser do Egito a rainha, Antônio, tu coraste. Esse teu sangue é a maior homenagem feita a César, se não for o tributo da vergonha que tuas faces pagam, quando a língua estrídula de Fúlvia te repreende. Olá! Os mensageiros! ANTÔNIO — Que se afunde Roma no Tibre e de seus gonzos salte a gigantesca abóbada do império. Meu espaço é este aqui. Todos os remos são argila, mais nada; nossa terra cenagosa alimenta homens e brutos, indiferentemente. Com nobreza viver é proceder desta maneira, (Abraça-a.) quando se encontra um par tão ajustado, como se dá conosco. Desafio todo o mundo, sob pena de castigo, para vir convencer-se de que somos sem confronto possível. CLEÓPATRA — Admirável falsidade! Por que casou com Fúlvia, se não lhe tinha amor? Quero a aparência manter da tola que não sou realmente;
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