A Rebelião de Lúcifer – J.J. Benítez

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“Aprendamos a sonhar, senhores, e então, pode ser que encontre¬mos a Verdade.”
Essa recomendação lapidar do insigne químico alemão Kekulé, que chegou ao descobrimento da fórmula do benzeno graças a um sonho, revolucionando assim a química orgânica, acabou por convencer-me de que, na vida, a Verdade passa muitas vezes ante os seres humanos…disfarçada.
Ou talvez porque os inimigos da Verdade sejam ainda tão numerosos que chegam a nublar a face da Terra, elegi para Rebelião de Lúcifer a intangível e arcana roupagem da fantasia. Só aqueles que não tenham perdido a capacidade de sonhar poderão compreender-me. Nesse caso, como eu, talvez descubram através dos sonhos algumas das múltiplas faces dessa surpreendente Verdade.

Rebelião de Lúcifer – J. J. benítez

J. J. BENÍTEZ REBELIÃO DE LÚCIFER Tradução de Lucy Ribeiro de Moura Editora Mercuryo São Paulo Título Original La Rebelión de Lucifer © J. J. Benítez, 1985 Editorial Planeta, Barcelona 1993 Todos os direitos reservados à Editora Mercuryo Ltda. Al. dos Guaramomis, 1267 — CEP 04076-012 São Paulo — SP — BRASIL Tel: (011) 531.8222 — Fax (011) 530.3265 ISBN 85-7272-013-8 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Benítez, J. J. B415 Rebelião de Lúcifer / J. J. Benítez; tradução de Lucy Ribeiro de Moura. São Paulo: Mercuryo, 1993. 1. Ficção científica espanhola I. Título 88-2302 CDD-863.0876 índice para Catálogo Sistemático: 1. Ficção científica: Literatura espanhola 863.0876 A "Nietihw", que existe, por certo. " ■ ' "Aprendamos a sonhar, senhores, e então, pode ser que encontremos a Verdade." Essa recomendação lapidar do insigne químico alemão Kekulé, que chegou ao descobrimento da fórmula do benzeno graças a um sonho, revolucionando assim a química orgânica, acabou por convencer-me de que, na vida, a Verdade passa muitas vezes ante os seres humanos...disfarçada. Ou talvez porque os inimigos da Verdade sejam ainda tão numerosos que chegam a nublar a face da Terra, elegi para Rebelião de Lúcifer a intangível e arcana roupagem da fantasia. Só aqueles que não tenham perdido a capacidade de sonhar poderão compreender-me. Nesse caso, como eu, talvez descubram através dos sonhos algumas das múltiplas faces dessa surpreendente Verdade. J. J. Benítez De repente, sem saber como, Nietihw e Sinuhe descobriram que se encontravam na praça da Lastra, na recôndita aldeia soriana de Sotillo dei Rincón, caminhando sem pressa em direção à Casa Azul. O Sol, radioso, provocava um brilho doce e discreto no bronze da Diana Caçadora, enquanto a bica continuava a jorrar em silêncio, como se nada tivesse acontecido. . . O jovem, tendo a bolsa das câmeras ao ombro, deteve-se um instante junto à fonte. Voltou a cabeça na direção do bosquezinho e, em seguida, interrogou a companheira com o olhar. A resposta brotou de seus corações. . . Tinham regressado! José Maria, o prefeito, confortavelmente sentado no jardim da Casa Azul, continuava sorvendo sua fumegante xícara de café. Sinuhe, maravilhado, constatou que seu relógio marcava 13h56. Não mais que cinco minutos haviam transcorrido desde o início da lua nova e daquela fantástica aventura! Antes que Sinuhe conseguisse pronunciar palavra, a senhora da Casa Azul tomou-lhe a mão direita e, em silêncio, com um sorriso de cumplicidade, mostrou-lhe o anel dourado — com o símbolo dos homens "Pi" — que ainda lhe brilhava no dedo anular... Pouco depois, o investigador iniciava o relato de tão desconcertante missão, com as seguintes palavras: ". . . Quanto a vós, filhos de 'IURANCHA', regressai e contai ao mundo quanto haveis vivido e conhecido... Só então, quando essa parte da Verdade tiver sido propagada... só então" — insistiu a .voz — "podereis iniciar a segunda fase da missão: o julgamento de Lúcifer." 1. "RA-6 666" Os cinco veleiros diminutos e multicoloridos que pendiam do teto oscilaram suavemente', agitados por súbita corrente de ar. Harold D. Craft Jr., diretor de operações do maior e mais potente radiotelescópio do mundo, ergueu o olhar: à sua frente, com a fisionomia transtornada e uma folha de papel a tremer-lhe na mão esquerda, estava Rolf B. Dyce, diretor-adjunto de Arecibo. Harold compreendeu que alguma coisa grave estava acontecendo. Seu colega e amigo parecia preso à maçaneta da porta. Uma segunda golfada de ar agitou os veleiros, pondo reflexos vermelhos, verdes e azuis em seus cascos lustrosos. — Meu Deus! — exclamou Craft detrás da pilha de documentos e pastas que se amontoavam sobre sua mesa
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