Há Sempre Um Amanhã – Anita Notaro

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A maior parte das pessoas consegue lembrar-se de um momento decisivo na sua vida. Uma fração de segundo quando o tempo parou e a vida mudou para sempre. Para Lily Ormond, esse momento chegou ao fim de um dia, quando foi abrir a porta e descobriu que, enquanto estava a esmagar alho e alecrim e assistir a telenovelas, a sua irmã gémea Alison se tinha afogado. Foi difícil conciliar-se com a perda da única irmã e melhor amiga, e mais ainda tornar-se mãe de Charlie, o filho de Ali com três anos de idade, mas descobrir que a sua irmã gémea levava uma vida secreta havia anos quase destruiu Lily… E assim começa uma viagem relacionada com quatro homens que tinham feito parte de uma vida que ela nem sabia existir. Uma viagem que obriga Lily a reconciliar-se com a memória do pai que nunca se importou realmente com ela, com uma criança que precisa muito de si e com uma irmã que não era o que parecia.

Ficha Técnica Título original: Take a look at me now Título: Há Sempre um Amanhã Autor: Anita Notaro Tradução: Maria Correia Revisão: Silvina de Sousa Capa: Maria Manuel Lacerda/Oficina do Livro, Lda. ISBN: 9789898228864 QUINTA ESSÊNCIA uma empresa do grupo LeYa Rua Cidade de Córdova, n.º 2 2610-038 Alfragide – Portugal Tel. (+351) 21 427 22 00 Fax. (+351) 21 427 22 01 © Anita Notaro, 2007 e Oficina do Livro – Sociedade Editorial, Lda. Todos os direitos reservados de acordo com a legislação em vigor E-mail: [email protected] www.quintaessencia.com.pt www.leya.pt Esta edição segue a grafia do novo acordo ortográfico. Este livro fala-nos sobre o laço inquebrável existente entre irmãs; eu tenho a sorte de o ter três vezes, por isso, Jean, Lorraine e Madeleine, este livro é para vós, com muito amor e gratidão. 1 Alison ALISON ESTAVA FELIZ, VERDADEIRAMENTE FELIZ, com vontade de rir alto e a bom som. Não, não fingia a felicidade que sentia – como quando era criança e vivia num mundo de faz de conta. Nem fazia por se mostrar feliz devido à pressão dos amigos – como quando na adolescência era tão importante ser aceite por todos. Sentia-se sim como uma cobra a mudar de pele enquanto contemplava o mar à sua frente, remexendo os dedos dos pés na areia de uma praia deserta a sul de Dublin. Anos de preocupações pareciam por fim ter acabado e o vento que a fustigava como finas agulhas varria a ansiedade que ainda restava nela. Naquele dia tudo lhe falava sobre um novo começo. Sorriu, só porque lhe apeteceu. Tinha a maravilhosa sensação de desconhecido. Ali habituara-se a sorrir por obrigação. Por vezes sorria para tranquilizar Lily, a irmã gémea, que confiava inteiramente nela. Noutras alturas sorria para consolar e proteger o filho que muito amava. Nos últimos anos, tornara-se especialista em sorrisos sedutores, que usava muitas vezes para agradar aos homens que ia encontrando na sua vida. Porém, isso acabara: dali em diante não seria mais necessário sorrir assim. – Mãezinha, olha, estou a voar! O filho, de três anos, esticou os braços e aproximou-se dela, oscilando de um lado para o outro. Ali reparou que naquele dia não era necessário dar nenhum sinal de aprovação. Observou-o enquanto brincava, irrequieto, profundamente contente no seu pequeno mundo. Todos os beijos e sorrisos, todo o amor e a segurança que lhe dera de livre vontade desde o dia em que nascera tinham-no tornado no que era, um rapazinho lindo e confiante. – Anda! – Alison ergueu-se de um salto. – Vamos voar juntos até ao mar. Arrumou rapidamente as coisas, enfiou uma carteira quase vazia no bolso e correu à frente de Charlie, que ainda mal acreditava que a sua sorte tivesse mudado tanto. – Anda, tu consegues! – gritava ela, encorajando-o e balançando-se como um papagaio com a força do vendaval. Charlie correu para a mãe e Ali abriu os braços ao filho. Rindo às gargalhadas, o menino tentou esquivar-se, mas Alison pegou nele e fê-lo rodopiar em círculos até ficarem ambos ofegantes. – Bêbedo – disse ele, começando com a brincadeira preferida deles. – Não, não estás! – Fez cócegas no menino, cujos olhos brilhavam de felicidade. – Só estás tonto! – Bêbedo – gritou novamente Charlie, tentando em vão manter-se direito. Alison agarrou-o antes de ele cair na areia e atirou-o ao ar. – Adoro-te, Charlie. – E eu adoro-te… aos potes… Abraçou-a com os braços rechonchudos em volta do pescoço e ela sentiu-lhe o cheirinho, tal como sempre fazia, atrás da orelha esquerda. – … mas não tanto como aos shots. Alison sorriu e acabou a rima por ele. A sua irmã Lily ensinara-lhe aquilo e ele repetia-o vezes sem conta, apesar de Alison não fazer ideia de como os educadores na pré-primária encarariam aquilo. Contudo, era típico das palhaçadas de Lily, e Alison gostava que as duas pessoas mais importantes da sua vida tivessem em comum o mesmo sentido de humor. Ouvia ainda a irmã a rir-se a bandeiras despregadas quando Charlie ped
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