Um Gato de Rua Chamado Bob – James Bowen

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Quando James Bowen encontrou um gato ferido, enrolado no corredor de seu alojamento, ele não tinha ideia do quanto sua vida estava prestes a mudar. Bowen vivia nas ruas de Londres, lutando contra a dependência química de heroína, e a última coisa de que ele precisava era de um animal de estimação. No entanto, ele ajudou aquele inteligente gato de rua, a quem batizou de Bob (porque tinha acabado de assistir a Twin Peaks).

Depois de cuidar do gatinho e trazer-lhe a saúde de volta, James Bowen mandou-o embora imaginando que nunca mais o veria. Mas Bob tinha outras ideias. Logo os dois tornaram-se inseparáveis, e suas aventuras divertidas — e, algumas vezes, perigosas — iriam transformar suas vidas e curar, lentamente, as cicatrizes que cada um dos dois trazia de seus passados conturbados.

Um Gato de Rua Chamado Bob é uma história comovente e edificante que toca o coração de quem a lê.

Sumário Capa Folha de Rosto Dedicatória Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 Capítulo 6 Capítulo 7 Capítulo 8 Capítulo 9 Capítulo 10 Capítulo 11 Capítulo 12 Capítulo 13 Capítulo 14 Capítulo 15 Capítulo 16 Capítulo 17 Capítulo 18 Capítulo 19 Capítulo 20 Capítulo 21 Agradecimentos Informações sobre Bob Notas Créditos James Bowen Tradução Ronaldo Luís da Silva Para Bryn Fox... e para todos aqueles que já perderam um amigo. Capítulo 1 Companheiros de Viagem Há uma citação famosa que li em algum lugar. Ela diz que recebemos segundas chances a cada dia de nossas vidas. Elas estão ali para serem agarradas, só que não costumamos agarrá-las. Passei grande parte da vida provando essa citação. Deram-me um monte de oportunidades, às vezes a cada dia. Por um longo tempo, falhei em não agarrar nenhuma delas, mas depois, no início da primavera de 2007, isso finalmente começou a mudar. Foi quando fiz amizade com Bob. Olhando para trás, algo me diz que aquela pode ter sido a segunda chance dele também. A primeira vez que o encontrei foi em uma sombria noite de quinta-feira, em março. Londres ainda não havia se livrado do inverno e ainda havia um frio cortante nas ruas, especialmente quando os ventos sopravam do Tâmisa. Havia até mesmo um indício de geada no ar naquela noite, razão pela qual retornei para minha nova moradia subvencionada em Tottenham, no norte de Londres, um pouco mais cedo do que o habitual, depois de um dia fazendo apresentações de rua na região de Covent Garden. Como sempre, trazia meu estojo de guitarra preto e a mochila pendurados nos ombros, mas naquela noite também tinha comigo minha amiga mais próxima, Belle. Nós havíamos saído juntos anos atrás, mas, agora, éramos apenas colegas. Pretendíamos comer alguma comida pronta e barata com curry e assistir a um filme na pequena televisão em preto e branco que eu conseguira encontrar em uma loja de caridade virando a esquina. Como de costume, o elevador do prédio não estava funcionando. Por isso, dirigimo-nos para o primeiro lance de escadas, resignados em encarar a longa subida até o quinto andar. A lâmpada fluorescente no corredor estava queimada e parte do térreo estava imersa na escuridão, mas, enquanto caminhávamos para a escada, não pude deixar de notar um par de olhos brilhantes nas sombras. Quando ouvi um miado suave e ligeiramente melancólico, percebi o que era. Chegando mais perto, à meia-luz, vi um gato laranja enrolado sobre o capacho de um dos apartamentos do andar térreo, no corredor que partia do corredor principal. Cresci em meio a gatos e sempre tive certa queda por eles. Ao me mover até ele para olhá-lo melhor, constatei que se tratava de um macho. Eu não o havia visto antes perto dos apartamentos, mas, mesmo na escuridão, pude notar que havia algo de especial nele. Eu já era capaz de afirmar que ele tinha certa personalidade. Ele não estava nem um pouco nervoso; na verdade, era exatamente o oposto. Havia nele uma confiança calma e imperturbável. Parecia estar muito bem acomodado ali nas sombras e, a julgar pela forma como me fitava com um olhar firme, curioso e inteligente, era eu quem estava entrando em seu território. Era como se ele estivesse me dizendo: “Então, quem é você e o que o traz aqui?”. Não pude resistir a me ajoelhar e me apresentar. — Oi, companheiro. Eu nunca o vi antes, você mora aqui? — disse. Ele apenas olhou para mim com a mesma expressão compenetrada e um pouco distante, como se ainda estivesse me avaliando. Decidi acariciar seu pescoço, em parte para ser amigável, mas também, em parte, para ver se ele usava uma coleira ou qualquer forma de identificação. Era difícil ter certeza no escuro, mas percebi que não havia nada, o que imediatamente me sugeriu que ele fosse um gato de rua. Londres tinha mais do que sua justa cota deles. Ele pareceu estar gostando do carinho e começou a se esfregar levemente contra mim. Enquanto eu
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