Bruxos e Bruxas – Bruxos e Buxas Vol.1 – James Patterson

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No meio da noite, os irmãos Allgood, Whit e Wisty, foram arrancados de sua casa, acusados de bruxaria e jogados em uma prisão. Milhares de outros jovens como eles também foram sequestrados, acusados e presos. Outros tantos estão desaparecidos. O destino destes jovens é desconhecido, mas assim é o mundo sob o regime da Nova Ordem, um governo opressor que acredita que todos os menores de dezoito anos são naturalmente suspeitos de conspiração. E o pior ainda está por vir, porque O Único Que É O Único não poupará esforços para acabar com a vida e a liberdade, com os livros e a música, com a arte e a magia, nem para extirpar tudo que tenha a ver com a vida de um adolescente normal. Caberá aos irmãos, Whit e Wisty, lutar contra esta terrível realidade que não está nada longe de nós.

Wisty É demais para mim. Essas caras feias me encarando como se eu fosse uma criminosa perversa; e isso garanto que não sou. O estádio está lotado, aliás ultrapassou a capacidade de lotação. As pessoas estão de pé nos corredores, nas escadarias, nos parapeitos de concreto, e alguns milhares delas estão no campo. Não tem nenhum time de futebol aqui hoje. Eles não conseguiriam sair dos túneis que vêm dos vestiários, nem se tentassem. Essa coisa abominável está sendo transmitida pela TV e pela internet também. Todas as revistas e os jornais inúteis estão aqui. É, estou vendo os cinegrafistas empoleirados em vários pontos do estádio. Tem até uma daquelas câmeras de controle remoto, que desliza por fios acima do campo. Ali está, ó, pairando em frente ao palco, balançando para lá e para cá em silêncio, ao sabor da brisa. Sem dúvida, há milhões de outros olhos assistindo a tudo isso além dos que consigo enxergar. Mas são esses, que estão aqui no estádio, que partem meu coração. Ser confrontada por dezenas, talvez até centenas de milhares de rostos curiosos, maldosos ou pelo menos indiferentes... Isso sim dá medo. E não há um único olho marejado, muito menos lágrimas. Nenhuma palavra de protesto. Nenhum pé batendo com força no chão. Nenhum punho erguido em solidariedade. Nenhum indício de que alguém esteja pelo menos andando em frente, quebrando o cordão de isolamento e levando minha família para um lugar seguro. Está na cara que não é um bom dia para nós, os Allgoods. Na verdade, enquanto o cronômetro em contagem regressiva brilha nas telas gigantes de vídeo nas duas pontas do estádio, está mais com cara de que esse vai ser o nosso último dia. Essa suspeita é confirmada pelo homem careca e muito alto no topo da torre que eles ergueram bem no meio do campo. Ele parece uma mistura de juiz-presidente da Suprema Corte e Ming, o impiedoso, das histórias do Flash Gordon. Eu sei quem ele é. Na verdade, já o conheci. Ele é O Único que é O Único. Bem atrás de Sua Unicidade está uma faixa enorme da N.O. — A NOVA ORDEM. E, então, a multidão começa a berrar, quase cantando “O Único que é O Único! O Único que é O Único!”. Imperiosamente, O Único levanta a mão e seus capangas encapuzados nos empurram para frente, pelo menos até onde as cordas ao redor dos nossos pescoços permitem. Vejo meu irmão, Whit, lindo e corajoso, olhando para baixo, para o mecanismo da plataforma. Ele está calculando se existe alguma maneira de fazer aquilo falhar, algum jeito de fazer com que ela não se abra para evitar a queda que vai quebrar nossos pescoços. Ele está pensando se há alguma esperança de sair dessa no último segundo. Vejo minha mãe chorando, baixinho. Não por ela mesma, é claro, mas por Whit e por mim. Vejo meu pai, o homem alto, agora curvado em resignação, sorrindo para mim e para o meu irmão, tentando nos animar, fazendo nos lembrarmos de que de nada vale ficar arrasado em nossos últimos momentos nesse planeta. Mas estou me adiantando muito. Eu deveria estar fazendo uma introdução aqui, e não descrevendo os detalhes da nossa execução pública. Então, vamos voltar um pouco no tempo... Capítulo 1 Whit Às vezes você acorda e o mundo está um lugar totalmente diferente. O barulho de um helicóptero voando em círculos foi o que me fez abrir os olhos. Uma luz fria, azul esbranquiçada, invadiu as persianas e inundou a sala de estar. Como se fosse dia. Mas não era. Chequei o relógio no aparelho de DVD com meus olhos embaçados: 2h10 da manhã. Ouvi um tum, tum, tum, como se fosse uma batida forte de coração. Latejando. Fazendo pressão. Chegando mais perto. O que está acontecendo? Fui cambaleando até a janela, forçando meu corpo a voltar para a vida depois de ter desmaiado de sono no sofá, e olhei por entre as placas da persiana. Dei um passo para trás e esfreguei os olhos. Com força. Porque não tinha como eu ter visto o que vi. E também não tinha como eu ter ouvido o que ouvi. Era mesmo a marcha implacável e contínua de centenas de soldados? Marchando n
Rolar para cima