Cypher Raige, o líder supremo do Corpo de Guardiões, é herói de uma longa tradição familiar. Por mil anos, desde que o apocalipse ambiental forçou o êxodo da humanidade do planeta Terra, os membros da família Raige foram essenciais para a salvação da espécie humana. Kitai Raige, seu filho, é um jovem de 13 anos tentando provar que está à altura do pai. Após longo período em serviço militar, Cypher leva Kitai para uma viagem, buscando compensar a ausência. Porém, um asteróide atinge a nave, provocando uma aterrissagem forçada na Terra, o que deixa Cypher com ferimentos graves. Com a vida do pai em risco, o jovem é obrigado a se aventurar pelo terreno hostil do planeta desconhecido. O relacionamento entre os dois e as habilidades de Kitai como guardião serão postos à prova.
Depois da Terra – Peter David
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Título original
After Earth – Novelization
Revisão
Joana Milli
Cristiane Pacanowski
Coordenação de e-book
Marcelo Xavier
Conversão para e-book
Abreu’s System Ltda.
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
D274d
David, Peter
Depois da Terra [recurso eletrônico] / Peter David ; tradução Rodrigo Santos. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Objetiva, 2013.
recurso digital : il.
Formato: ePub
Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions
Modo de acesso: World Wide Web
209p. ISBN 978-85-8105-164-2 (recurso eletrônico)
1. Ficção americana. 2. Livros eletrônicos. I. Santos, Rodrigo. II. Título.
13-00835 CDD: 813
CDU: 821.111(73)-3
Para Bob e Mike, dois dos meus melhores amigos de todos os tempos
Agradecimentos
Este livro existe por causa de Will Smith e Caleeb Pinkett. Eu também gostaria de agradecer a Gaetano Mastropasqua, Clarence Hammond e Kristy Creighton pela ajuda. Na Random House, o editor Frank Parisi e o publisher Scott Shannon mostraram graça mesmo sob pressões impossíveis.
1000 DT
Terra
i
Da cabine da nave, Cypher viu a zona geotérmica se encher de luz. Em algum lugar, o sol da Terra estava subindo no horizonte.
Kitai, que dormia e acordava várias vezes até onde Cypher podia perceber, acordou de vez. Ele pegou o equipamento e se levantou.
— Quatorze quilômetros até a cachoeira — disse ele, dando um objetivo ao filho. — Lá é o nosso ponto de verificação no meio do caminho. Câmbio.
— Entendido — respondeu Kitai.
Ele começou a caminhada diária lentamente. Sem dúvida, estava sentindo o peso da enorme distância que precisava cobrir. E sem ter dormido de verdade.
Cypher deu uma olhada para a perna. A poça de sangue estava aumentando e se espalhando. A leitura holográfica na frente dele dizia: PONTE ARTERIAL - 58%. TRANSFUSÃO CRÍTICA. SETE UNIDADES NECESSÁRIAS. Sete unidades, pensou Cypher. Vou ter sorte se achar uma sequer.
Ele desligou a tela. Eu preciso me concentrar no meu filho. E isso, apesar da dor e da perda intensa de sangue, foi o que ele fez.
Kitai abria caminho pela floresta com o alfanje, transformado por ele em um machete. Era trabalho duro. O alfanje era leve, mas a folhagem que ele precisava derrubar era dura e pesada. Depois de algum tempo, ele parou para beber água. Então, pegou uma barra nutritiva da mochila e comeu.
— Sete quilômetros até a cachoeira — avisou o pai, como um lembrete de que ele não tinha tempo para ficar parado.
— Entendido — declarou Kitai.
Ele embolou o papel da barra nutritiva e jogou no chão. E começou a ir embora. Antes de se afastar, ele parou e voltou até o papel. Não posso deixar isso aqui, pensou. Foi assim que nós perdemos este planeta no passado.
Exceto pelo fato de que quando ele se abaixou para pegar o papel, um sopro de vento o levou para longe pela vegetação. Ele franziu o cenho. Então, prosseguiu pela vegetação alta. Conseguiu agarrar a embalagem, ficando feliz pela conquista. Mas só por alguns instantes, pois olhou para cima e viu uma cena de devastação inesperada.
Em uma grande área à frente, a floresta fora pisoteada por uma espécie de pé gigante. As árvores foram arrancadas. Carcaças de babuínos estavam caídas por toda parte, algumas partidas ao meio. Kitai teve a impressão de que uma batalha ocorrera ali. Mas contra quem? E por qual motivo?
— O que poderia ter feito isso? — perguntou ele em voz alta, soando estranho no silêncio.
Ele não esperava uma resposta. Mas recebeu uma.
— Aperte o passo — disse o pai em um tom que n