JEFF LINDSAY
DEXTER
é delicioso
Tradução
Cassius Medauar
outros livros da série
Dexter - A mão esquerda de Deus
Querido e devotado Dexter
Dexter no escuro
Dexter - Design de um assassino
Copyright © Jeff Lindsay, 2010
Título original Dexter is delicious
Preparação Norma Marinheiro
Revisão Maria Luiza Poleti
Diagramação Diego Otero
Capa adaptada do projeto original
Design de capa ©Michael J. Windsor
Imagem da capa © Sam Yocum
Conversão para eBook Freitas Bastos
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Lindsay, Jeff
Dexter é delicioso / Jeff Lindsay ; tradução
Cassius Medauar. – São Paulo : Editora Planeta
do Brasil, 2011.
Título original: Dexter is delicious.
ISBN 978-85-7665-742-2
1. Ficção policial e de mistério (Literatura
norte-americana) I. Título.
11-08454 CDD-813.0872
Índice para Catálogo Sistemático
1. Ficção policial e de mistério : Literatura
norte-americana 813.0872
2011
Todos os direitos desta edição reservados à
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Para Hilary, como sempre.
Agradecimentos
Não seria possível escrever esses livros sem a generosa ajuda de algumas pessoas maravilhosas que trabalham com a prática forense. Particularmente, eu gostaria de agradecer à Samantha Steinberg, Sharon Plotkin, e à Lisa Black. Se eu escrevi algo errado, foi porque não perguntei a elas.
Também sou grato pelo apoio do meu editor dos EUA, Jason Kaufman, cuja sábia orientação e o incentivo paciente com esses livros têm sido essenciais e muito apreciados. E Dexter nunca teria existido se não fosse pelo meu agente Nick Ellison; muito obrigado, “São Nick”.
Como sempre, o apoio e o bem-estar geral foram proporcionados por Bear, Pookie, e Tink que fazem tudo valer à pena.
Capítulo Um
ESTA PARTE DO HOSPITAL PARECE UM PAÍS ESTRANGEIRO PARA mim. Não há aquela sensação de campo de batalha, nem equipe cirúrgica com jalecos manchados de sangue trocando comentários sarcásticos sobre partes faltantes do corpo, nem um administrador de olhos vidrados segurando sua prancheta, nem o som de velhos bêbados e cadeiras de roda e, acima de tudo, não há um bando de ovelhas de olhos arregalados, amontoadas, com medo, esperando o que poderia sair pelas portas duplas de aço. Não há cheiro de sangue, antisséptico e terror. O aroma aqui é amável e aconchegante. Até as cores são diferentes: mais leves, mais tons pastel, sem o utilitarismo encouraçado e monótono das paredes em outras partes do prédio. Não existe, na verdade, nenhum dos sinais, sons e cheiros terríveis que passei a associar aos hospitais, nenhum mesmo. Há apenas a multidão de homens de olhos arregalados parados na grande janela, e, para minha infinita surpresa, eu sou um deles.
Ficamos ali parados juntos, encostados felizes contra o vidro e abrindo espaço alegremente para novos membros que chegam. Branco, preto, pardo, latino, afro-americano, asiático, crioulo; não interessa. Somos todos irmãos. Ninguém faz careta nem fica bufando; ninguém parece importar-se com as cotoveladas acidentais nas costelas vez ou outra, e ninguém, por incrível que pareça, abriga pensamentos violentos em relação a outrem. Nem mesmo eu. Em vez disso, nos reunimos no vidro olhando para o milagroso lugar-comum na sala à frente.
Aqueles são seres humanos? Será que esta é a mesma Miami em que sempre vivi? Ou algum estranho experimento de física num supercolisor subterrâneo nos mandou para um Mundo Bizarro onde todos são bons, tolerantes e felizes o tempo todo?
Onde está a alegre multidão homicida de ontem? Onde estão os amigos bem-armados, excitados, meio enlouquecidos e prontos para matar da minha juventude? Será que tudo isso mudou, desapareceu e foi levado embora pela luz que atravessa a janela da sala da frente?
Que visão fantástica do outro lado do v