Turned at Dark é um conto à parte da série Acampamento Shadow Falls, de C.C. Hunter, que narra o processo de transformação de Della Tsang – melhor amiga sobrenatural de Kylie – em vampira. Tido como o volume 0.5 da saga, nos responde algumas questões que não ficaram tão nítidas nos dois primeiros livros; especialmente ao que se refere à relação de Della com o seu primo, o vampiro Chan, e como ela chegou ao acampamento.
Turned at Dark- Acampamento Shadow Falls Vol 0.5 – C.C. Hunter
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Turned at Dark
Shadow Falls 0.5
C.C. Hunte
Della Tsang, de dezesseis anos de idade, nunca tinha visto um fantasma, até que ela viu seu primo morto deslizar do outro lado da rua e entrar no beco. Se não fosse pela iluminação da rua acima de sua cabeça, ela poderia não o ter visto. E, se não fosse por uma cicatriz que corria ao longo do queixo dele, ela poderia ter pensado que era
apenas alguém que se parecia com Chan. Então, novamente, já passava da meia-noite. Mas ela tinha visto a cicatriz. Uma cicatriz que ela meio que tinha lhe dado quando eles tinham seis anos e estavam saltando no trampolim e ele colidiu contra a cabeça dela. Della “Cabeça-Dura” tinha sido seu apelido de família depois disso. Às vezes, Della se perguntava se tinha realmente sido obstinada naquela época, ou se o nome tinha acabado por ser mais outra coisa
que ela tinha que ser. Sendo de origem asiática, havia grandes expectativas — às vezes, muito altas. Mas porque ela e sua irmã eram meio-brancas, seu pai insistia que deviam se esforçar o dobro para provar que o amor de seus pais não havia contaminado a árvore genealógica.
Um par de faróis se movendo para baixo na estrada chamou a atenção de Della para longe do beco onde Chan tinha desaparecido.
Não que ela acreditasse que era realmente Chan. Sério? O carro se aproximou e, pensando que era Lee para buscá-la, Della saiu da varanda de sua melhor amiga Lisa, deixando o som da festa atrás dela. Pelo menos duas vezes por mês, Della e Lee tentavam se esgueirar para que pudessem estar juntos por uma noite inteira. Ela sabia que seus pais ficariam loucos se soubessem que ela e Lee estavam dormindo juntos. Nem sequer importava que eles estivessem praticamente noivos. Mas pelo menos Lee tinha conseguido um selo de aprovação de seu pai.
Felizmente, ela concordava com ele também. Não que ela concordasse com o pai em tudo. No entanto, Lee era tudo o que Della queria em um namorado — quente, popular, inteligente e, felizmente, para a sanidade de seu pai, asiático. Nem sequer a incomodava que Lee não estivesse totalmente dentro de toda a coisa da festa.
Ela deu ao beco uma última olhada. Não poderia ter sido Chan.
Ela participou de seu funeral menos de um ano atrás, tinha visto seu caixão ser baixado no chão. Ela lembrava que não tinha chorado. Seu pai tinha insistido que ela não o fizesse. Ela se perguntou se seu pai ficaria decepcionado se soubesse que naquela mesma noite, enquanto estava sozinha na cama, ela tinha chorado por horas.
Quando o carro passou mais perto, Della percebeu que estava errada. Não era Lee. Ela viu o carro descer a rua, passando pelo beco.
Ela ficou ali, olhando, de repente se sentindo sozinha no escuro, quando seu telefone apitou com uma mensagem de texto. Puxando-o,
leu a mensagem.
Os meus pais ainda estão acordados. Chegarei atrasado. Franzindo a testa, ela guardou o telefone e seu olhar deslizou de volta para o beco. O quanto machucaria apenas... Ir verificar? Só para provar que fantasmas não existem... Movendo-se lentamente nas sombras, ela se aproximou do beco. O frio da noite de Janeiro escoou através de sua jaqueta de couro e o suave toc toc de seus passos parecia alto.
Talvez muito alto. Tão logo ela virou a esquina, ouviu gritos. Ela parou. Sua respiração ficou presa pela visão da luta — ou intensa guerra — ocorrendo. O som de um punho batendo contra carne encheu a escuridão fria e ela viu corpos sendo atirados no ar, como bonecas de pano.
Della podia não estar familiarizada com este lado mais sombrio da vida, mas ela imediatamente soube no que tinha tropeçado. A guerra de gangues. Seu coração saltou em sua garganta. Ela tinha que sair daqui e rápido. Ela recuou, mas o salto do seu sapato torceu e ela tropeçou. Sua perna subiu no ar e ela caiu com um baque forte.
Caindo de bunda, as suas mãos pousaram nas laterais para suportá-la. Ela sentiu uma dor aguda na palma da mão, sem dúvida, de um pedaço de vidro de uma garrafa de cerveja quebrada