O Teorema Katherine – John Green

Download O Teorema Katherine John Green em ePUB mobi PDF2

Após seu mais recente e traumático pé na bunda – o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine – Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.

Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem entre Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.

O Teorema Katherine – John Green

» » »   » Para minha mulher, Sarah Urist Green, anagramatizada assim:* Her great Russian Grin has treasure— A great risen rush. She is a rut-ranger; Anguish arrester; Sister; haranguer; Treasure-sharing, Heart-reassuring Signature Sharer Easing rare hurts. “Mas o prazer não é ser dona da pessoa. O prazer é isso. Ter uma concorrente no mesmo quarto com você.” — Philip Roth, A marca humana * Não ousaríamos reanagramatizar em português tão poética dedicatória. (N.E.) (UM) Na manhã seguinte à formatura do ensino médio e depois de ser dispensado por sua décima nona Katherine, o célebre menino prodígio Colin Singleton tomou um banho de banheira. Colin sempre preferiu banhos de imersão; uma das regras fundamentais em sua vida era nunca fazer em pé qualquer coisa que pudesse realizar, com a mesma facilidade, deitado. Ele colocou os pés na banheira assim que a água esquentou, sentou-se e ficou observando, com o rosto estranhamente sem expressão, enquanto a água subia. Foi encobrindo suas pernas, que estavam dobradas e cruzadas. Colin percebeu, embora sem muito ânimo, que estava muito comprido e grande demais para aquele espaço — parecia uma criatura praticamente adulta brincando de ser criança. Quando a água começou a banhar sua quase ausente mas nada definida barriga, ele pensou em Arquimedes. Quando Colin tinha uns 4 anos, leu um livro sobre Arquimedes, o filósofo grego que descobriu, ao se sentar numa banheira, que o volume de qualquer corpo poderia ser calculado com base no deslocamento da água. Ao chegar a essa conclusão, dizem, gritou “Heúreka!”1 e saiu correndo pelado pela rua. O livro dizia que muitas descobertas importantes continham um “momento eureca”. E mesmo então, com tão pouca idade, Colin queria muito ser o autor de descobertas importantes, o que o fez perguntar à mãe assim que ela chegou em casa aquela noite: — Mamãe, algum dia eu vou ter um “momento eureca”? — Ah, meu querido — ela disse, pegando sua mão. — Qual é o problema? — Eu quero ter um momento eureca — ele respondeu, da mesma forma que outra criança teria expressado a vontade de ter uma das Tartarugas Ninja. Ela encostou as costas da mão na bochecha dele e sorriu, os rostos tão próximos que dava para ele sentir o cheiro de café e maquiagem. — Mas é claro, Colin, filhinho. É claro que você vai ter. Só que as mães mentem. Está na descrição do cargo delas. Colin respirou fundo e deslizou o corpo, mergulhando a cabeça. Estou chorando, pensou, abrindo as pálpebras para enxergar embaixo da água cheia de sabão que fazia seus olhos arderem. Quero chorar, então devo estar chorando, mas é impossível dizer ao certo dentro d’água. E não estava. Estranhamente, estava deprimido demais para derramar lágrimas. Magoado demais. A sensação era de que Katherine havia roubado dele a parte que chorava. Colin destampou o ralo, ficou de pé, enxugou-se e vestiu-se. Quando saiu do banheiro, viu os pais sentados, juntos, em sua cama. Nunca era um bom sinal quando ambos estavam em seu quarto ao mesmo tempo. Historicamente, aquilo significava: 1. Sua avó/seu avô/sua tia-Suzie-que-você-não-conheceu-mas-acredite-era-legal-e-é-uma-pena morreu. 2. Você está deixando que uma garota chamada Katherine o distraia dos estudos. 3. Os nenéns são gerados por meio de um ato que em algum momento você achará interessante, mas que por enquanto só o deixará horrorizado, e, além disso, às vezes as pessoas fazem coisas que incluem algumas etapas do ato de gerar nenéns que, na verdade, não incluem a fabricação de nenéns, como beijar o outro em lugares que não ficam no rosto. Nunca significou: 4. Uma garota chamada Katherine ligou enquanto você estava no banho. Ela sente muito. Ela ainda o ama e cometeu um erro imperdoável, e está esperando você lá embaixo. Mas, mesmo assim, Colin não pôde evitar nutrir a esperança de que seus pais estivessem no quarto para dar uma notícia d
Rolar para cima