As fontes do paraíso – Arthur C. Clarke

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Imagine uma viagem ao espaço. Você entraria numa nave espacial, esperaria ansiosamente o fim da contagem regressiva, sentiria a pressão monstruosa do empuxo criado pelos motores para conseguir libertar a nave da gravidade da Terra e após minutos de exposição a essa força incrivel, você sentiria a liberdade inebriante da gravidade zero… só que, mesmo em tempos de turismo espacial ao estilo SpaceShipOne, ainda seria algo para poucos. Mas se o espaço fosse tão acessivel quanto o ultimo andar de um prédio, tudo mudaria – e é *justamente isso*, que o engenheiro Vannevar Morgan pretende mudar com seu projeto mais ousado: o Elevador Espacial. E a história de tal empreitada é narrada de maneira magnifica por Arthur C. Clarke em “As Fontes do Paraiso”…

As fontes do paraíso – Arthur C. Clarke

Arthur C. Clark http://br.groups.yahoo.com/group/digital_source/ À memória ainda intensa de Leslie Ekanayake (13/VII/1946 - 4/VII/1977), único amigo perfeito de uma vida, em quem se combinavam singularmente Lealdade, Inteligência e Compaixão. Quando seu espírito radiante e amigo desapareceu deste mundo, apagou-se a luz em muitas vidas. Nirvana Prapto Bhuyat "A política e a religião se tornaram obsoletas; é chegado o tempo da ciência e da espiritualidade." Sri Jawaharlal Nehru, a Associação Cingalesa para o Progresso da Ciência. Colombo, 15 de outubro de 1962. Prólogo "Do Paraíso à Taprobana medeiam quarenta léguas; dali pode-se ouvir o som das Fontes do Paraíso." Da tradição, segundo o relato de frei Marignolli (1335 D.C.). O país a que denominei Taprobana a rigor não existe, mas coincide em cerca de noventa por cento com a ilha do Ceilão (atualmente chamada Sri Lanka). Muito embora a "Conclusão" deixe claro que lugares, acontecimentos e pessoas se baseiam em dados reais, o leitor não errará muito supondo que, quanto mais implausível a história, mais perto estará da realidade. I. O palácio 1. Kalidasa A coroa se fazia mais pesada a cada ano. Da primeira vez em que o venerável Bodhidharma Mahanayake Thero a colocara na cabeça dele - com que relutância! -, o príncipe Kalidasa se surpreendera com sua leveza. Agora, vinte anos depois, o rei Kalidasa prazerosamente deixava de lado a faixa de ouro incrustada de pedras preciosas, sempre que a etiqueta da corte o permitia. E havia pouca etiqueta ali, no topo ventoso da fortaleza escavada na rocha; eram raros os enviados ou os suplicantes que procuravam uma audiência em suas alturas proibitivas. Muitos dos que empreendiam a jornada a Yakkagala retrocediam durante a ascensão final, em que passariam por entre as mandíbulas do leão agachado que sempre parecia prestes a saltar da face do rochedo. Um velho rei jamais poderia sentar-se naquele trono, que parecia aspirar ao céu. Um dia, possivelmente Kalidasa estaria débil demais para alcançar seu próprio palácio. Contudo, duvidava de que tal dia chegasse; seus muitos inimigos o poupariam das humilhações da senilidade. Esses inimigos já se reuniam. Kalidasa lançava os olhos na direção norte, como se já pudesse ver os exércitos de seu meio irmão, que regressava para reivindicar o trono ensangüentado da Taprobana. Mas a ameaça ainda era remota, ele ainda se encontrava para além de mares batidos por monções. Ainda que Kalidasa confiasse mais em seus espiões do que nos astrólogos, era reconfortante saber que eles concordavam com isso. Malgara havia esperado quase vinte anos, planejando e conquistando o apoio de reis estrangeiros. Mas um inimigo mais paciente e sutil estava muito mais próximo, sempre vigilante, no céu do sul. O cone perfeito de Sri Kanda, a Montanha Sagrada, parecia perto demais naquele dia, elevando-se como uma torre sobre a planície central. Desde os primórdios da história, engendrava medo no coração de todos os que a contemplavam. Em momento algum Kalidasa se esquecia daquela presença sinistra e do poder que simbolizava. No entanto, o Mahanayake Thero não dispunha de exércitos, não possuía elefantes de guerra, urrantes, que brandissem presas brônzeas ao investir em batalha. O sumo sacerdote não passava de um ancião que vestia um manto alaranjado, e cujas únicas posses eram uma tigela de esmoler e uma folha de palmeira para proteger-se do sol. Enquanto os monges de menor hierarquia e os acólitos entoavam as escrituras a seu redor, ele permanecia sentado em silêncio, de pernas cruzadas... e, de algum modo, brincava com os destinos dos reis. Era muito estran
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