Sepulcro – Trilogia Languedoc – Vol. 2 – Kate Mosse

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Em Sepulcro, duas histórias paralelas estão separadas por mais de um século. Em outubro de 1891, a jovem Léonie Vernier e seu irmão Anatole saem apressadamente de Paris para o Domaine de la Cade, a imponente propriedade da família de sua mãe, próxima da cidadela medieval de Carcassonne. O rapaz corre risco de vida e divide um segredo com sua tia Isolde, que mora no local. Logo, Léonie também terá seu segredo guardado sob a copa das árvores das florestas escuras da região, dentro da sinistra câmara mortuária que ali se esconde desde tempos imemoriais. E cuja chave é um baralho de tarô muito particular, de poder inimaginável.

Mais de cem anos depois, em outubro de 2007, a bordo de um trem recém-saído de Paris, Meredith Martin tem muito sobre o que refletir. O que a leva ao exclusivo Hotel Domaine de la Cade parece ser apenas a pesquisa de uma biografia do compositor Claude Debussy. Mas ela sabe que há mais: o desejo de descobrir as origens de sua família, que parecem remontar à misteriosa região. A velha partitura de piano amarelada e as fotos antigas que foram só o que sua mãe lhe deixou são a única chave de que dispõe. E as cartas, em que até então nunca acreditara.

As encruzilhadas que ligam Léonie e Meredith são o grande mistério de Sepulcro. Os antigos enigmas que as cercam – se desvendados – podem levar a um grande tesouro, de serenidade e crescimento pessoal.

Sepulcro – Trilogia Languedoc – Livro 02 – Kate Mosse

SEPULCRO KATE MOSSE Tradução Vera Ribeiro Para minha mãe. Barbara Mosse, por aquele primeiro piano E, como sempre, para meu querido Greg, por todas as coisas presentes, passadas e ainda por vir SUMARIO Prelúdio II Parte I • Parte VII • Parte II • Parte VIII • Parte III • Parte IX • Parte IV • Parte X • Parte V • Parte XI • Parte VI • Parte XII • Coda • NOTA DA AUTORA SOBRE O TARÔ VERNIER AGRADECIMENTOS SOBRE A AUTORA SEPULTURA Si par une nuit lourde et sombre Un bon chrétien, par charité, Derrière quelque vieux décombre Enterre votre corps vanté, A l’heure ou les chastes étoiles Ferment leurs yeux appesantis, L’araignée y fera ses toiles, Et la vipère ses petits; Vous entendrez toute Vannée Sur votre tête condamnée Les cris lamentables des loups Et des sorci Ères faméliques, Les ébats des viellards lubriques Et les complots des noirs filous. CHARLES BAUDELAIRE, 1857 Se, em noite horrorosa, escura, Um cristão, por piedade, Te conceder sepultura Nas ruínas d’alguma herdade, As aranhas hão de armar No teu coval suas teias, E nele irão procriar Víboras e centopeias E sobre a tua cabeça, A impedi-la que adormeça, Em constantes comoções, Hás de ouvir lobos uivar, Das bruxas o praguejar, E os conluios dos ladrões. [TRAD. DELFIM GUIMARÃES, I912] O verdadeiro tarô é simbolismo; não fa- la nenhuma outra língua nem oferece outros sinais. The Pictorial Key to the Tarot, 1910 Arthur Edward Waite L’âme d’autrui est une fôret obscure ou Il faut marcher avec précauition. A alma do outro é uma floresta sombria em que convém caminhar com precaução. Carta de 1891 Claude Debussy PRELÚDIO MARÇO DE 1891 QUARTA-FEIRA, 25 DE MARÇO DE 1891 Esta história começa numa cidade de ossos. Nas vielas dos mortos. Nas silenciosas alamedas, passeios e becos do Cemitério de Montmartre, em Paris, lugar habitado por túmulos e anjos de pedra, e pelos fantasmas er-rantes dos que foram esquecidos antes mesmo de esfria-rem nas sepulturas. Esta história começa com os vigias dos portões, com os pobres e desesperados de Paris que chegam para lucrar com a perda de terceiros. Os mendigos de boca es-cancarada e os trapeiros de olhar arguto, os fazedores de coroas funerárias e os vendedores de quinquilharias votivas, as moças que montam flores de papel e os coches à espera, com suas capotas negras e seus vidros sujos. A história começa com a pantomima de um enterro. Uma notinha paga no jornal Le Figaro havia anunciado o local, a data e a hora, embora poucos tivessem comparecido. Era uma aglomeração parca, de véus escuros e fraques, botas polidas e guarda-chuvas extravagantes, para proteger da chuva atípica de março. Léonie estava parada ao lado da sepultura aberta, junto do irmão e da mãe, seu belo rosto obscurecido atrás da renda negra. Dos lábios do padre saíam lugares-comuns, palavras de absolvição que deixavam todos os corações frios e todas as emoções intactas. Mal-ajambrado, com seu colarinho branco sem goma, os sapatos vulgares de fivela e a pele oleosa, ele nada sabia das mentiras e da trama de enganos que tinham levado àquele pedaço de terra no 18º arrondissement, na parte norte dos arredores de Paris. Os olhos de Léonie estavam secos. Como o padre, ela desconhecia os acontecimentos cujo desdobrar se en-cenava nessa tarde úmida. Acreditava ter comparecido a um funeral, ao marco de uma vida precocemente ceifada. Fora levar as últimas homenagens à amada de seu irmão, uma mulher que jamais conhecera em vida. Para apoiar o irmão em seu luto. Os olhos de Léonie fixaram-se no caixão que baixava à terra úmida em que vivem os vermes e as aranhas. Se houvesse virado depressa o rosto nesse momento, apanhando Anatole de
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