Gataca – Franck Thilliez

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O cadáver de uma jovem cientista descoberto na jaula de um centro de estudos de primatas, provavelmente espancado por um chimpanzé. Os restos mortais de uma família de neandertais, assassinada por um primitivo homem de Cro-Magnon, achados no topo de uma montanha nos Alpes. O assassino de crianças Gregory Carnot encontrado morto em sua cela, na cadeia. Um ginecologista especializado em genética selvagemente assassinado dentro de casa. Que elo invisível une esses crimes atrozes, cometidos com trinta mil anos de diferença? Os policiais Lucie Henebelle e Franck Sharko se lançam numa investigação em conjunto. Destroçados pelas terríveis experiências que compartilharam, devorados e estimulados pelo ódio, Lucie e Sharko seguem a trilha da Evolução das espécies, num suspense arrebatador que os conduzirá às origens do Mal.

Os seres vivos já existiam na Terra há mais de três bilhões de anos sem ter a menor ideia do porquê, antes que, finalmente, a verdade ocorresse a um deles. O gene egoísta, Richard Dawkins A ciência não consiste só em saber aquilo que se deve ou se pode fazer, mas também em saber aquilo que se poderia fazer e que talvez não se deva fazer. O nome da rosa, Umberto Eco AOS LEITORES [C]om frequência, me perguntam de onde vêm as ideias. Surgem a partir de uma notícia no jornal? Diante de uma paisagem? Na esquina de uma rua ou na página de uma revista? Para falar a verdade, não sei ao certo. Não existe segredo ou método. Não acredito mais na noção de uma inspiração súbita ou de um acaso, como se víssemos mil folhas de árvores arrebatadas pela tempestade e, de repente, passássemos a acompanhar com o olhar aquela que virá se colar em nosso rosto. Há mais de dois anos, em minha busca de ideia para a segunda parte do díptico dedicado à violência, assisti, digamos que não por acaso, à conferência de um cientista sobre a Evolução. Durante seu discurso, esse professor explicou o seguinte: Charles Darwin, certa vez, recebeu de um correspondente uma orquídea originária de Madagascar, a Angraecum sesquipedale, vulgarmente conhecida como estrela de Madagascar. Essa flor possui um labelo de cerca de vinte e cinco a trinta centímetros de comprimento, em cuja base o néctar é abundante. Nenhuma das borboletas conhecidas por Darwin tinha condições de alcançar tal profundidade. Como então poderia ser realizada a polinização das flores, sem a qual esta orquídea teria desaparecido? Ele supôs que devia existir em Madagascar uma borboleta dotada de uma tromba suficientemente longa para aspirar o néctar no fundo do labelo. Essa borboleta foi descoberta quarenta e um anos depois e lhe deram o nome simbólico de Xanthopan morgani praedicta, em homenagem à previsão de Darwin. Sua tromba media entre vinte e cinco e trinta centímetros de comprimento. Eu achei essa descoberta tão extraordinária que disse a mim mesmo que deveria haver ali, sem dúvida, alguma história. Passei então a me interessar por biologia, por Evolução, por DNA, e a refletir sobre a trama que vocês irão descobrir. A alquimia das palavras cuidou do restante. * * * Neste livro, voltam a entrar em cena Lucie Henebelle e Franck Sharko. No fim de A síndrome E, a aventura deles não havia terminado, visto que um evento inesperado ocorreu nas derradeiras páginas. Embora os personagens estejam dando continuidade psicológica ao que foi vivido no livro anterior, faço questão de frisar que esta narrativa é de todo independente e pode, portanto, ser absorvida como tal por novos leitores. Resta-me apenas desejar uma excelente leitura. PRÓLOGO Agosto 2009 [N]ão deveria ter feito sol naquele dia. Em nenhum lugar sobre a Terra as pessoas deveriam ter o direito de rir, correr pela praia ou trocarem presentes. Algo ou alguém deveria impedir tudo isso. Não, não tinham direito à felicidade nem à tranquilidade. Porque, em algum lugar, em uma sala refrigerada no final de abjetos corredores iluminados de néon, uma garotinha estava no frio. Um frio que nunca mais a deixaria. Nunca mais. De acordo com as autoridades, o corpo irreconhecível de uma menina — idade estimada entre sete e dez anos — fora encontrado nas proximidades de uma estrada, entre as cidades de Niort e Poitiers. Lucie Henebelle ainda ignorava as circunstâncias exatas da descoberta, mas, assim que a notícia chegou à Divisão de Homicídios de Lille, ela não perdeu tempo. Depois de mais de quinhentos quilômetros repletos de adrenalina, apesar do cansaço, do sofrimento, do medo do pior que aumentava a cada segundo, sempre a mesma frase saía de sua boca: “Espero que não seja uma de minhas filhas, por piedade, que não seja uma de minhas filhas.” Ela, que jamais rezava, que esquecera o cheiro de uma vela, agora suplicava. Chegou a pensar que talvez se tratasse de outra criança, uma menininha qualquer cujo desaparecimento não fora notificado à
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